O Presidente da Plataforma das Comunidades Africanas em Cabo Verde, José Ramos Viana, garante que em Cabo Verde os imigrantes estão “bem integrados” e até “melhores do que nos seus países de origem”. Entretanto, o maior problema é o da documentação que se vem arrastando há vários anos, não obstante a aprovação da lei que permite a regularização extraordinária de estrangeiros em situação irregular no nosso País
Ao OPAÍS.cv, aquele imigrante explica que a lei “não é má, mas exige muito dos imigrantes. São vários documentos e muitas vezes há dificuldades em fazer chegar esses documentos a Cabo Verde, e quando chegam e são entregues caducam por causa da morosidade nos processos, pelo que tem sido até agora o nosso maior calcanhar de Aquiles”.
Além disso, diz José Viana, muitos imigrantes não sabem a quem e aonde recorrer para resolver os seus problemas. Por isso, assegura, a Plataforma das Comunidades Africanas quer dar um primeiro passo no sentido de se juntar ao Governo e ao Parlamento para estudar, discutir e propor de forma a “facilitar” a regularização.
Deixa saber Viana que essa facilitação seria mais para a celeridade nos processos. “Queremos também fazer o mesmo com as Câmaras Municipais. Há já uma proposta de criação de um Plano de Ação em cada uma delas, para que tenham, como se fosse, um Gabinete de Apoio aos Imigrantes e possam prestar apoio necessário e ajudarem na sua integração lá onde estiverem. Se se der esse passo nos Municípios, será para nós um grande ganho”, reconhece Viana, para quem será, também, esta uma forma de aproximação, abertura e de um melhor relacionamento entre as autoridades locais e os imigrantes.
Para o nosso entrevistado, Cabo Verde, assim como a África que hoje se celebra, é acolhedor, multi-color e com uma riqueza humana, cultural e social enorme. “Daí o facto de muitos escolherem Cabo Verde para viver”, justifica.
Neste Dia de África, a Plataforma das Comunidades Africanas, com uma programação extensa desde o passado dia 14, tem reservado para hoje, sábado, uma grande manifestação cultural no Campo de Calabaceira, na Praia, com a participação de vários artistas e grupos culturais. Para a próxima segunda-feira, 27, haverá palestras, uma delas com os “Meninos da Diáspora”, enquanto para o dia 29 está programado um jantar beneficente.
As atividades da Plataforma das Comunidades Africanas acontecem em todas as ilhas do País.