A opinião é do Cardeal e Arcebispo de Brasília, Brasil, feita à margem do encontro que reúne na Cidade da Praia os Bispos Lusófonos
Esta polarização nas palavras de Dom Sérgio da Rocha tem permitido alguma “agressividade” e até mesmo “violência” no Brasil, coisa que a Igreja condena.
O Cardeal brasileiro diz que seria desejável que a vida social da política pudesse contribuir para a construção “da justiça e da paz” e não o contrário, que na sua ótica favorece a violência.
Face a tudo que o Brasil atravessa neste momento conturbado, com um ex- Presidente detido, e vários outros políticos a contas com a justiça, o prelado observa que o “importante” é “valorizar e preservar” o Estado de Direito Democrático.
“É claro que dificuldades no âmbito político não devem ser motivo para violência”, comentou, observando que o outro que pensa diferente sobretudo no campo da política “não deve ser visto” como inimigo a ser combatido mas como alguém com quem se dialoga visando “o melhor” para a sociedade.
A própria Conferência Episcopal do Brasil ainda não se pronunciou de forma oficial sobre as tensões que o país atravessa mas este organismo da Igreja Católica deixa claro que independentemente das situações não se pode pôr em causa o Estado de direito e que as pessoas não devem ser privadas de seus direitos de se defender.
“O Estado tem o dever de combater a corrupção, a impunidade, as injustiças, mas isso deve ser feito dentro do respeito pelos direitos de cada pessoa humana”, enfatizou.
Dom Sérgio da Rocha é um dos dois responsáveis da igreja Católica no Brasil presente neste 13.º Encontro dos Bispos da Lusofonia, e esta tarde é conferencista no painel “Os desafios da Igreja à Sociedade; agendada para as 17 horas no Centro Paroquial do Paltô.
