EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Cabo Verde será farol no Continente Africano

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Ideia é defendida por Célia Sousa, uma especialista portuguesa que está a apoiar o nosso País na preparação de técnicos e professores que vão trabalhar a educação inclusiva

Especialista portuguesa e Coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria está a apoiar Cabo Verde na preparação de técnicos e professores que vão trabalhar a educação inclusiva, previsto para entrar nos currículos já no próximo ano letivo.

A nível de legislação, o País está a dar passos visando a regulamentação da educação inclusiva e a especialista portuguesa admite que Cabo Verde que tem “boas práticas” na matéria, pode tornar-se num dos primeiros países Africanos “a implementar uma legislação que regulamenta a educação inclusiva”.

Citado pela Agência Lusa, Célia Sousa catalogou a referida proposta de lei como de “extrema importância”.

Introduzindo a lei, o nosso País estará a dar um “passo de gigante” e vai passar a ser um “modelo” em África, onde existem cerca de 84 milhões de pessoas com deficiência.

Pelas contas do INE, em 2010 Cabo Verde tinha um registo de 13.948 pessoas, com alguma deficiência. Esse número representava, à data, 3.2 % da população nacional.

Farol de inclusão

No entendimento da entrevistada da Lusa, Cabo Verde, ao enveredar para a regulamentação da educação inclusão “será farol” ao nível do continente africano, na matéria, com uma lei que vai “mudar o paradigma da educação” nestas ilhas.

“Isto é de uma riqueza imensa porque vai permitir que se criem estratégias diferentes em sala de aula” e que haja uma “diferenciação do ensino, uma perspetiva diferente de como acolher as crianças. Não é só uma questão de acolhimento, mas de direitos humanos”, sustentou.

A especialista entende que uma das valências da lei da educação inclusiva é que se deixa de ver a incapacidade da pessoa, para se passar a olhar para a pessoa pela capacidade. “Todos nós somos diferentes e temos capacidades completamente diferentes e é dessa diferença que nasce a riqueza de uma sociedade”, mostrou.