PAICV veta nome de seu militante para o cargo
De uns tempos a esta parte, é perceção que a legislatura terminará sem nenhum consenso no que concerne a questões de Estado e de regime, uma vez que a Oposição se coloca sempre na sua trincheira, pensando que quando a matéria é de dois terços, ela se transforma em poder e tenta impor ou governar.
Quanto ao tema Provedor da Justiça, a eleição tem de ser feita no Parlamento, em votação secreta que exige dois terços dos Deputados presentes.
De salientar que o atual Provedor, António Espírito Santos, já leva vários meses com o mandato caducado e tem solicitado a sua saída permanentemente.
José Carlos Delgado, ex- Presidente do Tribunal de Contas, é o nome proposto pelo MpD para ocupar o cargo de Provedor. Ele é um jurista experimentado e pessoa com boa reputação.
Entretanto, é o próprio PAICV a vetar seu nome, com a Comissão Permanente do PAICV, Partido em que José Carlos Delgado militou e desempenhou altos cargos de direção, a vetar o seu nome para o cargo de Provedor de Justiça.
Os argumentos do PAICV para o veto não têm nada a ver com o perfil do homem. O PAICV alega que José Carlos Delgado, não deve merecer os votos dos seus Deputados, porque enquanto presidiu o Tribunal de Contas, poderia parar o processo do Fundo do Ambiente e não o fez. “De bradar aos céus”, reage uma fonte, para quem assiste-se “mais uma vez à sobreposição” de interesses partidários aos interesses na Nação.
Por esse andar, o novo Provedor da Justiça não deverá sair na atual legislatura.
O Parlamento vai de férias a partir de 31 de julho, e o País vai entrar em ‘modo de campanha’, pelo que não haverá a necessária serenidade suficiente para pôr de lado os calculismos político-partidárias e pensar no País.
Seria um escândalo o PAICV vetar o nome do Dr. José Carlos Delgado para Provedor da Justiça, ainda por cima com o argumento de não ter ajudado a camuflar os desvios dos dinheiros do Fundo do Ambiente . Aliás acho que o MPD, já agora, deve avançar com a proposta e deixar ao PAICV o ônus do chumbo. Isto levanta uma outra questão sensível pois, os desvios não foram para financiar o PAICV ou pagar encargos do Partido mas sim para financiar a Janira e seu grupo no golpe que deram aos demais colegas do Partido. E o descaramento e’ tanto que a Janira e o Julião vem contactando com Presidentes das Associaçoes oferecendo assistência jurídica . Aliás os casos já conhecidos das deligencias judiciais e que tiveram assistência jurídica foram pagas pelo PAICV. Este caso faz parte dos rol de casos que corem o risco de discredibilizar por completo o Estado de Direito Democrático com o marasmo que a Justiça tem demonstrado. E’ inconcebível que em disputas políticas internas, um punhado de membros criem uma associação criminosa, usando o nome das comunidades e das pessoas pobres para tirarem recursos dos cofres públicos e com isso financiarem de forma escandalosa as suas vaidades e deslealdades e, mesmo descoberto, o processo fica a mofar nas mãos dos agentes da Justiça ! Depois ficamos com discursos ocos de defesa da Democracia !? e do Estado de Direito !?
Eu não posso acreditar nesta notícia. Se isto for verdade então o PAICV já acabou e devemos todos ir inscrever no MPD. Eu bem sei do cinismo de dirigentes actuais como Janira, Rui Semedo, Julião, Inocencio, etc. Mas chegar a ponto de vetar o nome de alguém do PAICV, com boa reputação como o Dr. José Carlos para preferir gente do MPD, já e’ traicao ao Partido.
Vocês não viram nada ainda. PAICV é de JHA e seus comparsas. Cabo Verde que se lixa?!!…
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