Cabo-verdiana enalteceu o papel dos seus pais na sua vida pessoal e profissional, não esquecendo das suas raízes. Moreno afirma que “juntos podemos transformar destinos da França”
Elisabeth Moreno, a Francesa de origem Cabo-verdiana, tomou posse hoje em Paris como Ministra da Igualdade entre mulheres e homens.
A nativa do Tarrafal de Santiago admitiu sentir-se orgulhosa por este marco no percurso efetuado desde que chegou a França aos 6 anos.
Foi ao início da tarde que teve lugar a passagem de testemunho em Paris entre a secretária de Estado cessante da Igualdade, Marlène Schiappa, para a agora Ministra da Igualdade entre mulheres e homens, diversidade e igualdade de oportunidades, Elisabeth Moreno.
Moreno admitiu “não ser deste universo” devido à sua inexperiência política, mas com um vasto currículo na área jurídica e empresarial.
Ela cresceu em França num meio humilde de pais analfabetos. O legado dos valores dos pais foi enaltecido pela nova Ministra ao tomar posse, minutos antes do seu primeiro Conselho de Ministros em Paris.
“A República pode estender a cada um a sua mão e isso não é uma quimera. Quando o senhor Nicolas Ravel [da presidência Francesa] me ligou no sábado à noite para Joanesburgo para me dizer que ele pensava confiar-me esta responsabilidade… as primeiras pessoas em quem pensei foram os meus pais!”, disse a Cabo-verdiana, sublinhando que os seus pais foram para a França a procura de uma vida melhor, e não a puderam ensinar “quão importante” é estudar e trabalhar com afinco na escola para se construir um futuro.
No entanto reconhece que eles lhe transmitiram valores. “Valores de respeito do humano, seja quem for, independentemente das suas responsabilidades, sonhos e ambições”, avança, adiantando que nunca se imaginou a viver aquele momento.
“Se alguma vez me tivessem dito que poderia um dia estar perante vós, e ao serviço da República Francesa, acho que teria chorado de raiva porque teria pensado que estariam a fazer troça de mim”, precisou, dizendo que a beleza da vida é que “enquanto estamos vivos podemos transformar destinos e espero que juntos possamos transformar o destino da França”.
Com RFI