EMBAIXADOR DA GUINÉ-BISSAU: Independência deu-nos uma identidade

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A independência nacional permitiu à Guiné-Bissau ter uma bandeira, um hino e uma identidade. A afirmação é do Embaixador daquele país acreditado em Cabo Verde

M’ bála Alfredo Fernandes que presidiu ontem às comemorações do 45.º aniversário da independência da Guiné-Bissau em Cabo Verde, exortou os seus conterrâneos a não se vergarem diante dos problemas mas, sim, a unirem-se em torno do país. “Se nós todos nos unirmos” sugeriu, conseguiremos “bons resultados”, disse, perante uma plateia formada essencialmente por bissau-guineenses que lotaram a Pracinha da Escola Grande no último domingo, 23, onde decorreu as atividades.

Marca importante

Num outro momento, e em declarações ao OPAÍS, o Embaixador revelou a sua enorme satisfação pela forma como estas comemorações decorreram em Cabo Verde, tendo destacado, várias vezes, a presença do Governo nas comemorações, o que segundo ele demonstra que Cabo Verde e a Guiné-Bissau têm uma história única.

“O que aconteceu hoje (domingo) é uma marca importante”, comentou, numa alusão à presença do Ministro Fernando Elísio Freire nas comemorações, sublinhando que o Governo, “quando envia a sua terceira pessoa, um Ministro de Estado, para estar connosco, é uma honra”.

Relações fortes

M’ bála Alfredo Fernandes observou que as relações entre Cabo Verde e a Guiné-Bissau são “fortes”, mas avisou que é para “fortalecer ainda mais”.

Com a criação da Embaixada na Cidade da Praia, indicou, as atenções do seu país passam doravante para outros domínios, nomeadamente, a dinamização de empresas e negócios no Arquipélago.

Mas conforme observou há-que dinamizar outras áreas como a cultura no sentido de “resgatar” os valores e a identidade da Guiné.

“Agora que temos uma Embaixada, não podemos continuar a falar só das comunidades. Vamos ter que falar da dinamização de empresas, de negócios, da cultura, e temos que trabalhar no sentido de resgatar os valores da nossa identidade nacional”, indicou.

O diplomata que quer elevar o nível das relações entre os dois países irmãos, sublinha que em Cabo Verde existem “muitas pessoas” que podem contribuir para “valorizar” a Guiné-Bissau.

Adesão ao recenseamento

Instado sobre o processo de recenseamento visando as eleições previstas para 18 de novembro, o Embaixador revelou que a adesão das comunidades em Cabo Verde tem sido “total”.

Quanto à situação política no país, sublinhou ser “estável” mas confiante em como se está a trabalhar para uma efetiva estabilidade.

M’bála Alfredo Fernandes terminou a sua conversa com OPAÍS deixando uma mensagem de “coragem” aos seus conterrâneos, em Cabo Verde. “Há muita dificuldade mas temos que ter coragem”.