ESTADO DA NAÇÃO: Cabo Verde é hoje “um País melhor” (atualizado)

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Primeiro-Ministro apresenta o relatório do estado da Nação, volta a defender reformas e elenca conquistas

Os factos “não podem” ser escamoteados e Cabo Verde é hoje “um País melhor” mas ainda há “muito para fazer”. O Governo está empenhado, garantiu o Chefe do Governo na parte inicial da sua comunicação sobre o Estado da Nação, em debate hoje na Assembleia Nacional.

Ulisses Correia e Silva mostrou-se convicto e assegurou que o seu Governo pretende fazer de Cabo Verde uma economia de circulação no Atlântico Médio, garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental; assegurar a inclusão social e a redução das desigualdades e assimetrias; reforçar a soberania, valorizar a democracia e orientar as políticas externa e interna para vencer os desafios do desenvolvimento do País.

Roturas

Na sua alocução, o PM voltou a defender reformas e observou que para “mudarmos a realidade” são precisas reformas como a endogeneização dos fatores institucionais, económicos e sociais do desenvolvimento, que implica a criação de um ambiente político, institucional, social, económico e educativo favorável.

O Governo, garante o PM, está a trabalhar mas foi categórico que não na lógica de eleições. “Estamos a governar para construir um Cabo Verde melhor”, garantiu.

“Como em tudo na vida, há um momento em que um conjunto de condições estarão criadas e convergem para que os processos ganhem velocidade. Esse momento está a acontecer. As reformas que estamos a fazer, vão ganhar velocidade na produção de resultados. Cada ano que virá, será melhor”, estimou.

Economia, emprego e rendimento

Neste quesito, o PM voltou a admitir que “a Nação está confiante”, com a economia “a crescer” e com “confiança em alta”.

UCS deu conta que o desemprego continua a diminuir, ao mesmo tempo que o rendimento das famílias e o investimento privado estão a aumentar. “São factos que retratam uma evolução positiva do País e projetam tendências positivas para os próximos anos”, estimou.

O PM reconhece no entanto o desemprego é elevado tal como os níveis de pobreza mas conforme observou “não podemos ignorar que em menos de dois anos conseguimos reduzir a taxa de desemprego de 15 para 12,2 %”.

Apesar de todos os contratempos, notou UCS, a economia nacional cresceu 3,9 % em 2017, “em linha” com a tendência crescente de 4,7 % registada em 2016. “Não fossem os efeitos da seca que reduziu em 22 % a produção agrícola, a maior queda desde 1982, teríamos atingido, em 2017, um crescimento próximo dos 7 % e a redução do desemprego seria mais acentuada”, comentou.

Seca / empregos

O PM notou que o programa de mitigação da seca e do mau ano agrícola permitiu a criação de 19.785 empregos a nível nacional, entre dezembro e julho deste ano.

“Empregos (…) que se traduziram em rendimento para as famílias”, notou o Chefe do Governo, dando conta da construção 45 quilómetros de estradas, da melhoria de 24 quilómetros de caminhos vicinais e de vias de acesso, construção de 40 mil metros de muros de proteção, recuperação de 19 poços e 5 captações, construção/reabilitação de 37 bebedouros e 8 reservatórios, e limpeza de perímetros florestais, numa área aproximada de 91 hectares.

Obras que segundo observou “ficam” para além do período da seca e que são “úteis” para as comunidades.