Fake News, a fruta da época

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“Eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não me salvo a mim”
José Ortega Y Gasset

Confesso-vos que sou o homem da (na) cidade e apaixonado pelo silêncio do campo. O ano novo iniciou com muito ruídos. Pareceu-me aquele lá-lá-lá que ecoa e nunca mais acaba. Fiquei-me muito introspetivo porque é tão difícil resistir à fruta da época. Ela é amarga, rançosa e falsa. Brota de uma árvore fruteira daninha e invasora. A fruta da época tem um nome: Fake news. (Multiplica-se nas redes sociais com conteúdos sensacionalistas “embrulhados” por meio de mentiras e da disseminação de ódio).

Pergunta-se como é que se conseguiu chegar à fonte? E isso está causando engulhos na Sociedade Plural Cabo-verdiana.

Perante a fruta da época “Fake news” ninguém poderá ficar calado de indignação ou sem nunca deixar calar as palavras que traduzem o livre pensamento e a nossa tamanha indignação. Sem a citação da fonte acaba-se não só com pedaços do nosso pequeno mundo na “Sociedade Aberta” mas também apaga-se a esperança e o sentido de humor satírico.

Mas quem está a esfregar as mãos, quem é? Se calhar é mãe do árbitro. Lá-lá-lá!

FLIC FLACS

Sem estar a querer dar palpites ou fazer coscuvilhice ou fazer simulações, desde tempos imemoriais que fazer previsões, projeções e desenhar cenários se tornaram parte essencial da natureza humana e das sociedades civilizacionais. Pois isso corresponde a uma necessidade psicológica e estratégica de tentar antecipar o futuro desconhecido que poderá ser assustador ou risonho. Sei das histórias das especulações, dos adivinhos, dos videntes e das bruxas, das hermafroditas, dos astrólogos, das aparições divinas, a prever eventos gloriosos ou trágicos. Posso prever Xis vezes “Flic flacs” que os tipos que contam e criam muito bem, este, aquele e aqueloutro do Fake news não estão a praticar atos isolados. Está. Sim. Num quadro de uma estratégia armadilhada, com rastilhos, de forma sublimatória do antes, do durante e do depois. (Sem inocências).

Mas o que é isto tudo? Se calhar o princípio do fim ou fim do princípio. Flic flacs… Lá-lá-lá!

FILHOS DA MÃE DO ÁRBITRO

Os energúmenos da fruta da época ou os filhos da mãe do árbitro não se importam de nos oferecer os seus órgãos dos sentidos em troca do Poder a todo o custo. Eles pensam! Se estamos a ajudar aqui, são daqui. Mas nunca sabem pensar e dizer! Se estamos ali, somos dali. É a lógica da musculação, da diabolização e da confrontação dos opostos: Amor/Ódio, Inferno/Paraíso e Quente/Frio. É verdade! “Quanto mais educada for uma pessoa, menor é probabilidade de embarcar em teorias da conspiração. E isso não é algo que se possa fazer momentos de pânico. Tem de ser feito em permanência, investindo na educação”. Também sem lamentações e com abertura de espírito “Sempre que ensinares, ensina a duvidarem do que estiveres ensinando”, disse Ortega Y Gasset.

Sinceramente, abraçava um salpicado quadrado azul. Até lá, Xis vezes, já sabe: o futuro a nós pertence.

CHORAR&CANTAR

Portugal chorou e cantou! “Lisboa Menina e Moça” tornou-se canção oficial da Cidade. É a melhor homenagem que a Câmara de Lisboa prestou a Carlos do Carmo. Praia chorou e cantou há já anos! “Praia Maria Bonita” não tornou-se canção oficial da Cidade. Ainda, a Cidade Capital da República de Cabo Verde não prestou homenagem a Codê di Dona. Praia quer continuar bonita, com um olhar de aço e uma cara limpa que mete respeito para cocktail das Festas com “Praia Maria Bonita”.