O ostracismo da mulher, a mutilação genital feminina, o casamento infantil, a poligamia, são alguns dos “desafios específicos” que a recém eleita Presidente da Rede de Parlamentares Femininos da CEDEAO elenca
A Cabo-verdiana vai ser investida em funções no próximo dia 10, altura em que a sua equipa deverá apresentar o Plano de Atividades para o mandato de 3 anos.
Em entrevista ao OPAÍS, a partir da Nigéria onde segunda-feira foi eleita para presidir a Associação de Parlamentares Femininos da CEDEAO, ECOFEPA, a Deputada Filomena Martins confirmou-nos que será investida em funções na próxima segunda-feira, 10.
“Os desafios são enormes mas igualmente estimulantes” reagiu, avançando “temos que ser capazes de inovar, apresentando uma agenda ousada e eficiente”.
A parlamentar Cabo-verdiana, primeira lusófona a ascender ao cargo no Parlamento da CEDEAO, adiantou que “temos que ser capazes de estabelecer parceria” com todas as redes, organismos, institutos que em África, Américas ou Europa, tenham a mulher no centro das suas preocupações. “Lá onde a realidade e a natureza das preocupações e desafios são análogos, criaremos sinergias e, com equipas multidisciplinares, multiculturais e multinacionais traçaremos estratégias comuns e em uníssono”, asseverou.
Filomena Martins que é Deputada pela ilha de São Vicente observa que o cargo encerra “desafios específicos”, desde logo “o ostracismo da mulher, a mutilação genital feminina, o casamento infantil,Indissociável da gravidez precoce e da proibição de planeamento familiar, a poligamia culturalmente imposta, a desigualdade de acesso à educação e formação entre meninas e rapazes, a exploração sexual e o trabalho infantis”, de entre outros.
Martins vai liderar uma equipa integrada por mais quatro parlamentares africanas, sendo Vice-Presidentes Burkina Faso e Nigéria, enquanto que a Secretária Geral será do Senegal e a Tesoureira uma gambiana.
Em fevereiro de 2019, no Sal, acontece a primeira grande ação da direção de Filomena Martins.
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