Arquipélago melhorou sua cotação, evoluindo de ‘B-’ para ‘B’
A Fitch Ratings elevou os Issuer Default Ratings, IDR’s, de Longo Prazo de Cabo Verde, passando de ‘B-’ para ‘B’, a perspetiva é estável.
O report foi ontem anunciado, e segundo aquela instituição, esta elevação reflete as perspetivas robustas de crescimento económico e o forte desempenho fiscal do Arquipélago.
A Fitch espera, no entanto, que esta consolidação fiscal apoie a trajetória de declínio da dívida pública no País.
A continuação do forte crescimento do setor do turismo – responsável por cerca de 25% do PIB – que em 2023, ultrapassou os níveis anteriores à pandemia, admite a mesma fonte, apoiará tanto a atividade económica como a melhoria das finanças externas em termos de défices da balança corrente mais reduzidos e de níveis adequados de reservas internacionais.
As apreciações aprofundadas de Cabo Verde são ainda apoiadas por uma percentagem relativamente elevada de financiamento concessional e por indicadores de governação mais fortes em relação aos pares. Estes fatores são contrabalançados por um endividamento público e externo ainda muito elevado, por grandes passivos contingentes soberanos e pela elevada dependência da economia do turismo.
A Fitch prevê uma forte perspetiva de crescimento, prevendo que o crescimento se mantenha robusto ao longo de 2024-2025, com uma média de 4,7%, face a 5,1% em 2023, impulsionado por aumentos contínuos nas chegadas de turistas, bem como pelo elevado nível de investimento direto estrangeiro, IDE, relacionado com o turismo.
O consumo privado também beneficiará provavelmente do forte desempenho do setor do turismo, que representa cerca de 40% do emprego total.
As despesas das famílias serão ainda apoiadas pela descida da inflação, para uma média de 2,0% entre 2024-2025 (face a 3,7% em 2023), refletindo a normalização dos preços dos alimentos importados e dos combustíveis.
Espera-se que o aumento das chegadas de turistas seja impulsionado pela expansão para novos mercados, incluindo a Europa de Leste.
Na visão da Fitch, isto será apoiado por uma melhor conectividade e por esforços para diversificar o segmento tradicional “tudo incluído”, reduzindo um pouco os riscos de potenciais mudanças na procura turística dos principais mercados emissores de Cabo Verde.
Segundo a mesma fonte, o nosso País registou um excedente fiscal excecional de 0,1% do PIB em 2023, face a um défice de 3,7% em 2022. Isto foi em grande parte impulsionado por fatores temporários.
Cabo Verde, assinala esta instituição, está a fazer progressos na mobilização de receitas devido à implementação consistente de medidas administrativas destinadas a alargar a base tributária e aumentar o cumprimento. Combinado com uma atividade económica robusta, isto deverá conduzir a um aumento moderado das receitas/PIB em 2024-2025 e ajudar a manter os défices sob controlo.
A Fitch prevê défices de 1,6% do PIB em 2024 e de 1,1% em 2025, em comparação com a mediana ‘B’ prevista de cerca de 3% em 2024-2025.
