FMI avalia como “muito positivo” Instrumento de Coordenação de Políticas de Cabo Verde

0

Posição é daquela Instituição Mundial, que esteve reunida hoje com o Governo

O Fundo Monetário Internacional, FMI, avaliou como “muito positivo” o Instrumento de Coordenação de Políticas, PCI, de Cabo Verde.

De acordo com informações avançadas pelo Executivo, a missão do FMI fez várias constatações, mas também deixou algumas recomendações. Para o FMI, o Governo continuou a realizar “bons progressos” no âmbito da agenda de reformas estruturais, sendo que a maioria das metas ao abrigo do PCI foram cumpridas antes dos prazos previstos, aquando da segunda avaliação.

Outra constatação é que a agenda de reformas mais alargada do Governo impulsionada pelo PEDS registou “notáveis” progressos, durante o período do programa. Entretanto, avançou o FMI, a agenda de políticas e de reformas do Governo deverá ser orientada com base nas prioridades elencadas no PEDS e na nova estratégia de desenvolvimento de longo prazo que está a ser finalizada.

Segundo essa Agência Monetária Internacional, as perspetivas económicas de Cabo Verde mantêm-se difíceis e incertas, pelo que os riscos inerentes às perspetivas são altos e, “na maioria, negativos”.

O mundo vive uma das maiores crises dos últimos 100 anos, e Cabo Verde, não é exceção.

O Orçamento de Estado para 2021 tem como objetivo continuar a combater a crise provocada pela Covid-19, e lança as bases de um crescimento mais robusto e melhores condições de vida para a população de Cabo Verde, contudo, o documento, diz o FMI, deverá ser executado em linha com os objetivos do Governo de apoio à vida e ao bem-estar bem como de retoma económica, sem descuidar da preservação da sustentabilidade orçamental e da dívida no médio prazo. A continuidade da aplicação das medidas que visam alargar a base tributária, combater a evasão fiscal e melhorar a eficácia da administração tributária deverá sustentar a consecução dos objetivos fiscais de médio prazo.

O Governo tenciona manter a política de contenção de despesas não prioritárias e procurar o equilíbrio entre o aumento dos investimentos públicos e o apoio à sustentabilidade da dívida, o Executivo procurará manter políticas de endividamento prudentes, com recurso a créditos concessionais, pelo que os esforços de fortalecimento da gestão da dívida pública deverão continuar.

O BCV, diz o FMI, tem mantido uma política monetária acomodatícia para ajudar a amortizar o impacto da pandeia na economia.

“Foram registados progressos no reforço do mecanismo de transmissão da política monetária. O BCV está a acompanhar de perto os riscos de crédito, liquidez e operacionais com vista a garantir a solidez do sistema financeiro e foram alargadas as políticas macroprudenciais adotadas em resposta à pandemia até setembro 2021”, lê-se numa nota do Executivo.

O Governo tenciona redinamizar a implementação das reformas do setor empresarial do Estado, mas o FMI recomenda que deverá ser acelerado outras reformas estruturais com vista a promover o crescimento liderado pelo setor privado.