FMI diz que economia Cabo-verdiana tem “performance excecional” no âmbito da implementação do PCI

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Avaliação deste organismo internacional consta do relatório de avaliação ocorrida em dezembro último

O FMI acaba de publicar o seu relatório de avaliação no âmbito da missão de seguimento do Instrumento de Coordenação de Políticas, PCI, de dezembro de 2019 e constata que no contexto da implementação do PCI, a economia Cabo-verdiana tem tido uma “performance excecional”, apresentando uma taxa de crescimento “acima das tendências históricas, uma taxa de inflação baixa e controlada, melhoria do quadro orçamental e da posição líquida externa”, o que na sua avaliação tem permitido, a par das melhorias na performance do setor empresarial estatal, uma redução do endividamento público em percentagem do PIB”.

O relatório mostra ainda que a performance da economia nacional era “sustentável e robusta”, com perspetiva para a continuação do nível de crescimento a médio prazo, ancorado na performance dos setores da indústria, serviços e transportes, bem como nas reformas estruturais.   “Ao nível dos resultados da implementação das reformas consagradas do PCI, o relatório evidencia que o desempenho tem sido extremamente positivo, sendo que todas as metas quantitativas do final de setembro de 2019 foram cumpridas, com a exceção do nível das receitas fiscais, que ficou aquém, por uma pequena margem, devido à redução do valor das importações provocada pela descida dos preços externos, que fez baixar o valor das receitas alfandegárias em relação ao programado”, refere o FMI.

O relatório divulgado esta sexta-feira, 24, realça que “todas as metas” de reformas estruturais foram cumpridas pelo Governo de Cabo Verde, o que contribui para a “sustentação” do processo de crescimento económico e consolidação das finanças públicas.

“O relatório mostra que Cabo Verde estava num bom caminho ao nível das finanças públicas, com as receitas totais a superarem a fasquia dos 30% do PIB e uma perspetiva para redução da dívida pública para nível inferior a 100% do PIB, em 2023, suportados pelo forte crescimento económico”, refere o Ministério das Finanças, observando que o relatório enfatizava, igualmente, o risco da exposição do País face aos choques exógenos externos, o que acabou por concretizar com os efeitos da pandemia de Covid19, o que vai obrigar Cabo Verde a “refazer as metas”, tendo em conta o forte efeito negativo na economia.

Refira-se que em 2019, a economia nacional crescia a 5,5%, mas para 2020, o FMI projeta uma recessão para o Arquipélago, em cerca de -5,5%, com fortes perdas nos setores do turismo e transportes e nos setores conexos.