É a conclusão da revisão do Conselho Executivo do FMI que permite às autoridades Cabo-verdianas beneficiar o equivalente a cerca de 6 milhões de Dólares Norte-americanos. Isto eleva os desembolsos totais de apoio financeiro do FMI sobre o acordo para 36,23 milhões de Dólares
Washington, DC: O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional, FMI, concluiu a Consulta do Artigo IV de 2023 e a Segunda Revisão do desempenho de Cabo Verde no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado, FCA, de 36 meses que foi aprovada em 15 de junho de 2022. A conclusão da revisão permite às autoridades beneficiar do equivalente a cerca de 6 milhões de Dólares. Isso eleva os desembolsos totais de apoio financeiro do FMI sobre o acordo para cerca de 36,23 milhões de Dólares.
O desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa é forte. A economia se recuperou fortemente em 2022, crescendo 17,7%, o deficit primário diminuiu para 1,9% do PIB, a relação dívida/PIB diminuiu significativamente, a conta corrente melhorou e as reservas internacionais permaneceram adequadas para proteger a paridade cambial. Prevê-se que o crescimento real do PIB seja moderado para 4,4% em 2023, à medida que o crescimento das exportações se normaliza. A inflação está projetada em 5,2% em 2023, com a queda dos preços dos combustíveis e dos alimentos. Espera-se que o deficit em conta corrente aumente em 2023, pois as exportações de bens e serviços, o turismo e as remessas crescem mais lentamente do que as importações.
O orçamento de 2023 está alinhado com o programa apoiado pela FCA. O Banco de Cabo Verde começou a apertar a política monetária para estreitar o diferencial de taxa de juro com o Banco Central Europeu (BCE) com vista a proteger a paridade.
Após a discussão do Conselho Executivo, a Sra. Antoinette Sayeh, vice-diretora administrativa e presidente interina, emitiu a seguinte declaração:
“O desempenho de Cabo Verde no programa apoiado pela ECF tem sido forte. A economia de Cabo Verde recuperou fortemente em 2022 e as perspetivas de curto prazo são favoráveis, apesar de alguns riscos negativos. A inflação aumentou devido aos efeitos cascata da guerra da Rússia contra a Ucrânia nos custos de alimentos, combustível e transporte. Os riscos para as perspetivas permanecem significativos, incluindo a potencial menor demanda externa dos principais mercados de turismo, a fraca implementação de reformas nas empresas públicas e os choques das mudanças climáticas.
“A política fiscal visa garantir um equilíbrio adequado entre uma consolidação fiscal favorável ao crescimento, preservar a sustentabilidade da dívida, proteger os vulneráveis e investir no crescimento futuro. Será importante manter os progressos na mobilização de receitas internas, simplificar as isenções fiscais, aumentar a eficácia dos projetos de investimento público e continuar a melhorar a gestão da dívida. A reforma das empresas públicas também é fundamental para reduzir os riscos fiscais.
“A postura da política monetária tem sido apropriada e deve permanecer dependente dos dados e focada em salvaguardar a paridade. O setor financeiro permanece estável, a lucratividade dos bancos aumentou e os NPLs estão em tendência decrescente. Medidas para melhorar a autonomia, governança e estrutura de prestação de contas do Banco Central e para fortalecer a estrutura ABC/CFT e sua eficácia permanecem cruciais.
“As autoridades são incentivadas a continuar com sua ambiciosa agenda de reformas estruturais para se adaptar aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, reduzir o custo dos negócios, fortalecer as redes de segurança social e acelerar as reformas das empresas públicas.”
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