FMI reconhece que desempenho macroeconómico de Cabo Verde tem sido “impressionante”

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Avaliação é do Conselho Executivo do FMI que concluiu ontem a primeira revisão do desempenho económico de Cabo Verde. Instituição reconhece que o desempenho nacional no quadro do PCI “tem sido forte” e que “todas as metas” propostas “foram cumpridas”

O Fundo Monetário Internacional, FMI, acaba de aprovar a primeira revisão do programa de apoio a Cabo Verde, País que alcançou todas as metas e com forte desempenho.

A informação é partilhada pelo vice Primeiro-Ministro numa publicação na sua conta na rede social Facebook.

Olavo Correia adianta que o FMI enfatiza ser necessária uma resposta política e um apoio coordenado dos parceiros de desenvolvimento, tendo em conta que o Covid-19 vai impactar fortemente a economia mundial e, consequentemente, entre outros, os fluxos de turismo – o que por sua vez, vai afetar diretamente a economia nacional de Cabo Verde durante este ano, de forma muito séria.

O governante reconhece que o Arquipélago estava numa trajetória “reconhecidamente positiva” a todos os níveis. Entretanto, o trabalho agora terá que ser primeiramente na garantia do bem-estar dos Cabo-verdianos e, em paralelo, na reconstrução das bases.

“Vamos dar brevemente uma nova partida, pelo que o Governo está a reformular as bases e as reestabelecer as metas”, indicou o também Ministro das Finanças.

O FMI observa que o desempenho do nosso País, no âmbito do Instrumento de Coordenação de Políticas, PCI, “tem sido forte” e reconhece que o impacto da pandêmica do Covid-19, na economia global e nos fluxos turísticos afetará “adversamente” a economia de Cabo Verde no decurso deste ano de 2020, daí considerar exigir resposta política e apoio coordenado dos parceiros de desenvolvimento do País.

Ontem, segunda-feira, o Conselho Executivo do FMI concluiu a primeira revisão do desempenho económico de Cabo Verde sob o Instrumento de Coordenação de Políticas.

O programa havia sido aprovado em 15 de julho de 2019, para apoiar a implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, PEDS, tendo como principais objetivos, restaurar a sustentabilidade fiscal e da dívida, reestruturar empresas estatais, melhorar a estrutura da política monetária e continuar a criar reservas, promover a estabilidade do sistema financeiro, e promover reformas estruturais que promovam o crescimento.

O FMI reconhece que o desempenho de Cabo Verde no quadro do PCI “tem sido forte” e que “todas as metas” propostas “foram cumpridas”, sublinhando que algumas medidas foram implementadas “antes do previsto”.

“E todas as metas quantitativas do final de setembro de 2019 foram cumpridas, com exceção da receita tributária, perdida por uma margem estreita devido aos impostos abaixo do projetado no comércio internacional”, refere uma comunicação do Conselho Executivo do Fundo.

“O desempenho macroeconómico de Cabo Verde tem sido impressionante com a implementação do PEDS”, reconhece, acrescentando que o crescimento económico “foi robusto”.

O mesmo documento refere que o déficit em conta corrente diminuiu de 7,9% do PIB em 2017 para cerca de 3% do PIB em 2019, refletindo “forte desempenho” das exportações e uma desaceleração da demanda de importações. “Isso ajudou Cabo Verde a manter um nível adequado de reservas internacionais”, observa.

O déficit fiscal geral quedou-se de 2,8% do PIB em 2018, para cerca de 1,9% do PIB em 2019, o que na opinião do FMI reflete o “bom desempenho contínuo” das receitas, doações mais altas e restrição de gastos.

O FMI também assinala a queda do PIB, entre 2017 e 2019, passando de 125,9 para 123%.

Apesar da boa dinâmica nacional, o FMI admite que a pandemia do Covid-19 pode dificultar as perspetivas Cabo-verdianas, uma vez que a crise vai ser global, num mercado essencialmente turístico. Ainda assim, a perspetiva de médio prazo é positiva, embora inclinado para o lado negativo precisamente devido ao coronavírus.

Entretanto, o FMI espera que a dinâmica de crescimento seja retomada logo em 2021.