Foi há 30 anos

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Foi há 30 anos, ainda me lembro do aroma desta noite, impregnada de angústia de não perceber bem o que se passa mas esperança de ser algo bom, muito bom. Lembro de estar no quarto, mandaram as crianças deitar e ficaram os adultos na sala a acompanhar a rádio, claro ficamos à espreita, cada notícia de cada ilha eram gritos de euforia seguidos de silêncios e pedidos de calma. Era um silêncio frenético, uma angústia, esta espera do grito final e um temor pelas consequências que seriam se este grito último não chegasse.

E eis que ele chega de forma retumbante de Santo Antão a Brava, o Povo das ilhas estava finalmente Livre! Era a democracia a esmurrar todas as portas a derrubar todas as barreiras impostas pelo partido único era uma alegria desesperadora.

E hoje passados 30 anos, estribado na constituição de 92 uma das mais inovadoras constituições, Cabo Verde assenta a II República nos pilares e princípios da Liberdade Democracia e acima de tudo no respeito pela dignidade da pessoa humana.

É isso que leva com que Cabo Verde hoje seja um país confiável e respeitado internacionalmente, uma democracia nova, porém robusta.

13 de Janeiro é sem dúvidas uma das datas mais importante para o povo das ilhas, porque não basta ser independente é preciso ser LIVRE!

Cabo Verde e todos os Cabo-verdianos tem o dever de proteger a nossa democracia, hoje mais do que nunca, urge reafirmar o 13 de Janeiro e fazer com que todos os dias sejam 13 de Janeiro!

Viva LIBERDADE !

Viva DEMOCRACIA !

Viva CABO VERDE !



1 COMENTÁRIO

  1. Escreve muito bem a Sra doutora. Força, porque, afinal, como disse e bem o Frei Fidalgo, isto daqui suou muito até chegarmos ao ano 30. Um parto duradouro e doloroso de 15 anos. Morreu gente, sofreu muita gente, mas finalmente temos o “13th JAN”. Há ainda por aí os hipócritas como JMN, o Mário Matos, o Orlando, o Júlio Correia, imagine até o Jorge Tolentino que se opuseram a democracia. Hoje, donos de um parlar fácil e de alto timbre demagógico, fingem ser os cordeiros, e, até se arriscam a ministrar conferências sobre algo que negam continuamente – democracia.

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