Demissão do Diretor do Gabinete de Auditoria Interna da Câmara Municipal da Praia levantou muitas suspeitas no seio da Edilidade Praiense. Estará o Francisco Carvalho encurralado, ao ponto de negar até reuniões ordinárias?
O Vereador Manuel “Vasco” Fernandes, em nome dos Vereadores do MpD, na Câmara Municipal da Praia, denunciou aquilo que chama de abuso de poder de Francisco Carvalho que com “atitude” de fazer “o que quer, quando quer e como quer” vem violando o Estatuto dos Municípios.
Desta vez os eleitos municipais falam sobre a demissão do Diretor do Gabinete de Auditoria Interna da Câmara Municipal, “uma figura de superior importância” nos processos de transparências da governação municipal. É que só souberam da demissão do Inspetor Renato Fernandes, no Boletim Oficial, de 8 de janeiro de 2024, quando deveriam ter essa informação antes, internamente, através do Edil.
Perante essa situação, e imediatamente, por via E-mail, disse Vasco, solicitaram ao Presidente Francisco Carvalho, a inclusão na Ordem do Dia, da reunião ordinária seguinte do tema “Discussão e análise do pedido de fim de comissão da requisição do inspetor Renato Fernandes, e a consequente partilha do relatório do fim de missão do mesmo auditor na Câmara Municipal da Praia”, contudo, o mesmo foi negado.
“Nesta data (11/01/2024), teríamos uma reunião ordinária, mas o Presidente não a convocou e não justificou o porquê desta reunião não se ter sido realizada”, lê-se num comunicado, que OPAÍS.cv teve acesso, adiantando ainda que a reunião seguinte, para qual também solicitaram a introdução do tema, deveria ter acontecido no dia 25 de janeiro 2024, e que a mesma também não se efetivou “porque Presidente não quis”.
“Pois é assim a sua atitude, faz o que quer, agenda as reuniões quando quer e como quer, e assim tem sido sua prática desde início do seu mandato, violando as normas estatutárias, conforme o ponto 1, art.º 91 do Estatuto dos Municípios”, lê-se.
Os Vereadores do MpD precisam ainda que Francisco Carvalho estaria a cometer mais um crime, por estar a negar informações e negar a partilha do relatório de auditoria de um inspetor das finanças, requisitado pelo próprio para prestar serviço de auditoria interna.
“Portanto, o Relatório deve ser partilhado e analisado nas reuniões da Câmara Municipal entre todos os Vereadores, pois, não se trata de uma figura qualquer ou de um mero técnico da Autarquia, mas sim, do Diretor do Gabinete de Auditoria da Câmara Municipal da Praia, uma figura de superior importância, nos processos de transparência da governação municipal”, reforçam, deduzindo que os motivos do fim da comissão de serviço do Inspetor Renato Fernandes é bastante comprometedor para o Presidente da Câmara Municipal, podendo a sua saída estar, eventualmente, relacionada com discordâncias com atos de gestão danosa na gestão do Presidente da Câmara da Praia, “que o mesmo vem encobrindo”.
Descontentes, os Vereadores do MpD, solicitaram diretamente ao Inspetor Renato Fernandes, o referido Relatório, tendo já o Inspetor acusado a receção do nosso E-mail, informando que irá reagir brevemente, tudo isso considerando que até à data, a solicitação dos Vereadores não foi atendida e nem foi enviado o referido Relatório pelo Presidente da Câmara, que continua sem marcar a reunião, “sem qualquer justificação, parecendo ser uma forma de não ser confrontado com o pedido do referido relatório”.