FRANCISCO SARSFIELD CABRAL: Uma estranha pressa para legalizar eutanásia

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Com o assunto na ordem do dia e nas vésperas do debate na Assembleia da República, há uma voz a questionar a “estranha pressa” em discutir o assunto sem um parecer do Conselho de Ética

Francisco Sarsfield Cabral, um dos notáveis da comunicação social portuguesa, está a questionar a “pressa” que os partidos estão a ter com a eutanásia que entretanto “nenhum partido” incluiu nos seus programas eleitorais.

Jornalista e formado em direito em 1962, Francisco Sarsfield Cabral questiona mesmo o fato de o assunto ir a debate na terça-feira, 29, sem um parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

“A pressa do PS, BE e Verdes em avançarem a toda a velocidade para uma decisão tão importante do ponto de vista moral e social é curiosa”, observou num apontamento de opinião publicado na página oficial da Emissora Católica Portuguesa. E lembrou que nenhum partido em Portugal inscreveu a eutanásia nos programas eleitorais.

No entendimento de Sarsfield Cabral “há problemas constitucionais” na matéria já que a Constituição da República portuguesa defende o caráter “inviolável da vida”.

“E são muitas as objeções éticas a essa despenalização” considerou, lembrando que do ponto de vista da religião há também “objeções” à morte assistida e não são apenas de Católicos.

“Representantes das comunidades islâmica, judaica, budista, hindu e bahai, assim como das igrejas cristãs (católica, ortodoxa, evangélicas e adventistas) rejeitaram a eutanásia em qualquer circunstância”, precisou.

“O Estado português é laico, claro, mas tem obrigação de ouvir com atenção as várias religiões existentes no país sobre um tema como este”, advertiu.