Governo reitera aposta nos aviões CASA

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Os dois aparelhos estão a ser remodelados, em Portugal, para operações de evacuação nas ilhas

O Governo explicou esta quinta-feira, 20, que a decisão de avançar para uma permuta do avião Dornier da Guarda Costeira, para dois do modelo CASA, com a Sevenair, insere-se num “programa e numa estratégia” de políticas públicas que facilitem a vida dos Cabo-verdianos.

Em comunicado distribuído esta manhã, o Governo refere-se que a aquisição dos dois aparelhos vem cumprir um “propósito essencial” no País, por serem “veículos indicados para as missões essenciais” como evacuações de emergência e sanitárias, busca e salvamento, vigilância marítima, transporte de cargas e material militar.

O comunicado refere que estas “ações proativas e preventivas” visam a “proteção” dos Cabo-verdianos, por um lado, e por outro a “disponibilidade de medidas públicas para atenuar e resolver problemas deixados pela anterior governação”.

Esta posição do Executivo nacional veio na sequência de notícias veiculadas sobre a permuta do avião Dornier, e que segundo o Governo não correspondem à verdade.

Visita às aeronaves

O mesmo comunicado informa que o Ministro Luís Filipe Tavares, e o Embaixador de Cabo Verde em Portugal, puderam na última terça-feria, 18, visitar a base aérea de Montijo, e na ocasião o também Ministro da Defesa teve oportunidade de verificar “in loco” os “bons trabalhos” em curso nas duas aeronaves C212, e pode “confirmar o exame e avaliação criteriosos” dos trabalhos que estão a ser feitos. “Este trabalho salvaguarda os interesses em presença e garante o que para o Governo é fundamental: que as duas aeronaves estão em condições de servir os Cabo-verdianos nas melhores condições”, reitera o Governo.

A visita permitiu, ainda, à delegação Cabo-verdiana confirmar que as duas aeronaves reúnem “todas as condições” para navegar.

Entretanto, acrescenta o comunicado, ainda que “alguma dúvida menos honesta possa surgir no espaço público, o Governo deixa bem vincado que em nenhuma circunstância aceitaríamos aeronaves que colocassem de alguma forma a vida dos Cabo-verdianos em risco. Em nenhuma circunstância o Governo colocaria a vida dos Cabo-verdianos em risco apenas para fazer um número mediático ou para ganhos de curto prazo. Essas são práticas políticas em que o Governo não se revê e muito menos as realiza”, pontua.

Consentimento de especialistas

Garante o mesmo documento, que o Governo ouviu os mais diversos especialistas numa atitude de envolvimento com pilotos, engenheiros e mecânicos com larga experiência nesse tipo de aeronaves e todos asseguraram a “excelência das caraterísticas das aeronaves C212” para esse tipo de operações que Cabo Verde precisa levar a cabo, para a defesa de interesses vitais dos cidadãos e do Estado.

Na nota, o Governo deixa explícito que não irá ceder a “pressões externas” que coloquem em risco os Cabo-verdianos e a credibilidade do País, e considera que é necessário efetuar uma série de trabalhos de manutenção para colocar as aeronaves operacionais.

Os aparelhos serão equipados com aviónica de última geração, digital, fornecida por fabricante que é líder mundial no setor, e estima-se que ainda este ano devem chegar ao País.

Refira-se que o atual aparelho de evacuações já operou 131 voos e 91 foram de evacuação sanitária.