Segunda força política acusa o primeiro-ministro e o PAIGC de estarem a “arruinar” o processo de eleições previstas para 18 de novembro
O Partido da Renovação Social, PRS, na Guiné-Bissau, lançou na última segunda-feira, 15, uma denuncia internacional contra o governo do país, acusado de “arruinar” o processo de recenseamento eleitoral, visando as eleições de 18 de novembro.
Em comunicado, o PRS lembra que o Primeiro-Ministro, Aristides Gomes “foi nomeado com o objetivo expresso de organizar eleições legislativas. Porém (ele) e o PAIGC estão a arruinar este objetivo”, denuncia o Partido que fala que o processo de recenseamento regista “falhas que vão da incompetência à ilegalidade, passando por suspeitas de manipulação”.
Usurpação
O PRS acusa o PM de nomear, de forma ilegal, duas entidades que ao fim e ao cabo usurpam as funções da CNE e do gabinete técnico de apoio ao processo eleitoral. “Até os tribunais foram usurpados, na validação de candidaturas e no contencioso”, denuncia Alberto Nambeia, Presidente do PRS que indica que “mais de metade” dos 900 mil eleitores “não poderá votar” nas próximas eleições.
O recenseamento, avança o PRS, começou há mais de 20 dias e só há 100 mil recenseados.
“A uma semana do fim do processo, ninguém acredita que o número chegue a 50 %. Rejeitamos um caderno eleitoral com menos de 90% de inscritos”, avisa, ao mesmo tempo que denuncia que técnicos do recenseamento (credenciados) estão a ser “substituídos” por pessoas do PAIGC “sem formação” ao mesmo tempo que a fiscalização dos delegados partidários “está a ser vedada por ordem de governantes do PAIGC”.
Face a um conjunto de constrangimentos, o PRS já fez saber que o Partido e outros parceiros vão “lutar contra” este processo, em conjunto com a “maioria” dos partidos bissau-guineenses. “A primeira ação é uma manifestação” agendada para domingo, 21. O mesmo esteve agendado para quinta-feira, 18, mas foi adiado devido a uma greve geral nos transportes públicos que segundo o PRS “condicionaria a mobilização” de participantes.