IGAE manda selar 300 alambiques no sábado

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A selagem dos alambiques decorre do decreto-lei aprovado, em 2015, visando, de uma forma geral, a melhoria das condições de produção e comercialização de aguardente de cana-de-açúcar no País

No total, vão ser selados perto de 300 unidades de produção do grogue. Um número inferior ao do ano de 2018, que foi de 398, e que resulta do rigor ao nível do processo de licenciamento, das exigências feitas aos produtores quanto à formalização da produção e da melhoria das condições nos alambiques.

O mesmo se pode dizer quanto ao número de pessoas envolvidas na produção que vem diminuindo de forma significativa, segundo o inspetor da IGAE, Elisângelo Monteiro. “São agora menos de 1.400 pessoas, o que quer dizer que vai haver cada vez menos oferta, maior qualidade e um aumento relativamente ao preço do produto no mercado”, admite.

Devido à falta de recursos humanos, garante o Inspetor Geral das Atividades Económicas, a selagem dos alambiques será feita gradualmente, a começar pelos Municípios onde existem mais produtores de grogue e onde houve mais interação e apreensão de produtos indevidos e utilizados na produção.

Santa Catarina, Santa Cruz e Ribeira Grande, todos na ilha de Santiago figuram como os primeiros a receberem a equipa de selagem.

Elisângelo Monteiro afiança, antes disso, estar tudo a postos para que o trabalho no terreno decorra sem constrangimentos. “As equipas já estão sendo constituídas, já temos prontos os selos, os cadernos e as informações já estão na posse dos operadores para evitarmos qualquer tipo de constrangimento no terreno, como o do ano passado em que se fez a apreensão de meio milhão de litros encontrados fora do prazo”, afirma.

O processo de selagem é de grande valor, pois realça o responsável de que este novo ciclo de produção deverá garantir que todo o trabalho feito de janeiro a maio deste ano tenha a continuidade no mercado, com o processo de valorização do grogue, da defesa da saúde pública e do combate à produção indevida com efeitos no processo de desenvolvimento. “Estamos a entrar num período importante em que os produtores devem saber a sua responsabilidade perante a lei e perante a Sociedade, daí que é nessa perspetiva que nós confiamos nos produtores cujos alambiques são selados”, ressalva Elisângelo Monteiro que adianta, entretanto, haver, depois deste processo, um controlo subsequente para se ter a certeza de que este período está a ser respeitado pelo produtores até à data do novo ciclo de produção. Durante esta fase de encerramento das unidades de produção, que se denomina de período de defeso, que transcorre de junho a janeiro próximo, dar-se-à tempo para o amadurecimento suficiente da cana de açúcar.