Imprensa Livre (republicado)

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Cabo Verde tem sido elogiado, por todo o mundo, como um exemplo de democracia, e tem ficado sempre bem posicionado nos rankings de prestigiadas instituições internacionais, tais como os Repórteres Sem Fronteiras, a Democracy Index, entre outras.

Um dos pilares essenciais da democracia é a Imprensa Livre, feito este só alcançado no nosso País com a aprovação da Constituição da República de 1992 e das demais leis ordinárias de Imprensa, após a queda do regime de Partido Único.

Contudo, é perceptível que o conceito de Imprensa Livre, infelizmente, ainda não foi devidamente interiorizado por muitos cidadãos, sendo visível que alguns não estão confortáveis com o conceito e, pior, desconhecem os fundamentos e as balizas que regulam a liberdade de imprensa em Cabo Verde e no mundo.

Infelizmente, pode perceber-se, ainda, alguma confusão por parte de alguns cidadãos, uns por puro desconhecimento, outros por razões simplesmente inconfessáveis, no que concerne à avaliação dos diferentes Órgãos de Comunicação Social existentes no País e, pior, fazendo uma grande confusão entre Órgãos Públicos e Órgãos Privados.

Se aos primeiros, os Públicos, é exigida a equidistância, pela simples razão de terem a concessão de um serviço público, que é financiado pelo Estado, ou seja, pelo erário público, que é a contribuição de todos nós, já os Privados podem, naturalmente, ter as suas próprias linhas editoriais, escolhendo os valores e princípios a defender, sendo que o único compromisso destes últimos é com a verdade.

Na grande América do Norte, temos, por exemplo, a poderosa CNN, claramente próxima dos ideais dos Democratas, ao passo que a cadeia televisiva FOX NEWS, sem qualquer titubeio, alinha com os ideais dos Republicanos.

Vimos isso ainda muito recentemente, durante as disputadas eleições presidenciais de 2020.

Por aquelas bandas isso é perfeitamente normal, mas por cá…nem tanto.

Em Cabo Verde, uma Sociedade ainda menos preparada nestas coisas da Liberdade, persiste uma vã tentativa de achincalhamento dos Órgãos Privados, por estes serem próximos de uma ou outra ideologia.

OPAIS.cv, Expresso das Ilhas, Terra Nova, A Nação, Santiago Magazine, ASemana, etc., apenas para citarmos alguns exemplos, são Órgãos Privados. A estes cabem a definição das suas linhas editoriais, balizadas, como é óbvio, nas leis da Imprensa Livre vigentes em Cabo Verde.

Faria, por exemplo, algum sentido que o jornal Terra Nova defendesse valores contrários ao Cristianismo, ou mesmo ideias marcadamente ateístas?

É claro que não, mas nem por isso há a tentativa de vilipendiação desse Órgão, acusando-o de parcialidade e quejandos, sabendo que o nosso Estado é laico e pluralista.

Todos os Órgãos de Imprensa, Públicos ou Privados, estão hoje, nos termos da lei, sob o crivo da Autoridade Reguladora e há também os Tribunais, completamente autónomos, para, em caso de necessidade, dirimir algum conflito que possa existir, ligado a questões de honra, defesa do bom nome, calúnia, etc..

Vem isto a propósito de sucessivas investidas de milícias digitais bem identificadas, próximas do PAICV, contra o jornal OPAÍS.cv, com acusações peregrinas e até levianas, diríamos.

Essas milícias, ressabiadas e incomodadas com as verdades que reportamos quotidianamente, tentam, então, denegrir, maldizer e até acusar-nos sem qualquer fundamento. Debalde.

Ora, OPAÍS.cv tem uma linha editorial clara, expressa no nosso Manifesto Editorial, regras e linha essas que perseguimos com convicção, não desviando, por um único momento, destes nobres ideais.

Desde que chegamos, em abril de 2018, ocupámos um espaço que nenhum outro Órgão ocupou.

Cada um sabe de si.

A nós cabe a nossa missão e dela não nos desviaremos um milímetro sequer, faça chuva ou faça sol.

OPAÍS.cv