Imprensa Nacional de Cabo Verde receia consequências da pandemia

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A produção do Boletim Oficial do Estado Cabo-verdiano foi feita em teletrabalho de março a maio, devido à Covid-19 e ao encerramento das instalações da Imprensa Nacional, e a administração receia agora as consequências económicas da pandemia

O alerta consta do relatório e contas de 2019 da Imprensa Nacional de Cabo Verde, INCV, sobre os fatos ocorridos após o exercício, essencialmente as consequências da pandemia de Covid-19, que desde logo, devido ao estado de emergência, apenas possibilitou à empresa, com 177 anos de atividade, publicar o formato eletrónico do Boletim Oficial do Estado, durante dois meses.

“A empresa esteve encerrada de 26 de março a 20 de maio, tendo durante este período funcionado apenas o Boletim Oficial, enquanto serviço essencial ao País, em regime de teletrabalho”, reconhece a administração.

Acrescenta que na revisão do plano de atividades para 2020 o maior impacto da pandemia “foi a nível de investimentos”, nomeadamente no objetivo de implementação da Gráfica de Segurança da INCV, que permitirá alargar a atividade, que atualmente se centra em “veicular os atos normativos” do Estado, à emissão de documentos de segurança.

Do investimento inicial de 433,6 milhões de escudos para instalar a futura gráfica de segurança, o corte imposto pelas quebras já projetadas para este ano na atividade da empresa, passou para 45,5 milhões de escudos, equivalente a 10,5% do valor inicial.

“O impacto negativo a nível comercial será inevitável. A título exemplificativo cite-se o caso das ‘Vendas’, que no primeiro semestre de 2020 correspondiam a 20% do valor previsto para o exercício. Entretanto, mantendo a tendência, dificilmente se atingirá a meta definida para o ano”, alerta a administração da empresa pública.

Ainda assim, num “contexto de muitas incertezas, relativamente aos impactos reais da pandemia”, a administração da INCV “acredita que a continuidade das operações não estará em causa nem os compromissos financeiros assumidos”.

Imprensa Nacional de Cabo Verde é uma das mais antigas empresas do arquipélago e em 2019 viu os lucros crescerem 138% face ao ano anterior, para 41,5 milhões de escudos.

Além da distribuição gratuita do Boletim Oficial, a empresa assegura a produção de livros, cartões, bilhete de identidade e revistas, através da unidade gráfica, empregando mais de 60 trabalhadores.