INFLAÇÃO – Ce quon voit et ce qu´on ne voit pas

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A inflação é um dos maiores problemas económicos de um Pais. Por essa razão, o principal, mandato de um Banco central é garantir a estabilidade de preços ou da moeda.

Ela é, basicamente, a subida generalizada de preços básicos, ou, melhor dizendo, a perda de poder de compra dos consumidores, ou a desvalorização da moeda.

Considero, categoricamente, um autêntico equívoco por parte de quem advoga um mercado livre ou a mão invisível, do Adam Smith, perante este panorama, galopante de aumentos, significativos, dos preços, essencialmente, dos produtos das necessidades básicas. Este, que nunca tinha, eu, confrontado desde que eu me conheço como gente.
Quando confrontarmos com uma inflação de demanda, ou seja, uma defasagem nefasta entre a procura e a oferta de bens e serviços, reina a lei do Free Market, pois quando assim for, o mesmo se alinha organicamente.

Na verdade, em situações, excecionais, (aumento estratosfera de preço derivado da pressão da procura) principalmente, em Países que utilizam a “meta de inflação” como métrica, com o intuito de acompanharem o comportamento dos preços dos bens e serviços, constatamos com frequência a atuação do Banco Central, pelo qual utiliza a política monetária como instrumento para combater, quer inflação ou deflação.

Ora, quando acaroarmos com robustos problemas económicos, neste caso a inflação, devemos ter em mente o que o economista Francês, Frédéric Bastiat denominava “Ce quon voit et ce qu´on ne voit pas”. Em outras palavras, o que se vê e o que não se vê, ou que não é percebido diretamente. Ou seja, a frase do Bastiat, talvez, nos fazem compreender a posição dos defensores do livre mercado perante este enredo.

Efetivamente, eles estão observando apenas a árvore, e não a floresta, ao ponto de não perceberam que, realmente, não deparamos com a inflação da demanda, propriamente dito, mas, sim, inflação de Custos ou choque da oferta.

Assim sendo, insta, uma política assertiva por parte do Governo para mitigar os efeitos dos aumentos dos preços que aflige, os Cabo-Verdianos, mormente, as classes menos favorecidas que são as vítimas inevitáveis da inflação.

Entretanto, todos nós testemunhamos dos enormes sacrifícios que o Governo fez durante a pandemia com incremento do déficit público e consequentemente a Dívida Pública. Portanto, não seria uma heresia, o governo querer aproveitar, no curto prazo, a onda dos aumentos dos preços para aumentar a sua arrecadação e consequentemente realizar um equilíbrio fiscal. Porém, infelizmente, pela velocidade e dimensão do problema (Inflação) exorto o Governo a lançar mão com as políticas afirmativas para reduzir os efeitos nocivos que a inflação tem causado as famílias cabo-verdianas.



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