Janira e o PAICV: paga 1 leva 2

4

A Janira Hopffer Almada, presidente do PAICV, publicou no seu perfil de Facebook um texto a propósito da campanha eleitoral para as autárquicas do dia 25, encimando-o em letras garrafais com a seguinte pergunta: “Por que razão o Dr. Ulisses foi suprimido de todos os materiais de campanha do MpD, nas autárquicas?”.

Na verdade, as mensagens que a Janira Hoppffer Almada pretende passar na referida publicação não passam de uma tosca e desajeitada manobra de diversão, uma vez que o que a preocupa neste momento é o seu próprio futuro político, caso se confirme a repetição de uma já esperada derrota nas eleições autárquicas de 2020. Ela sabe (e bem) que há gente à espera para lhe tirar o brinquedo da mão.

Não obstante uma manifesta inexperiência que por vezes atinge as raias da infantilidade, há algumas coisas que a líder do PAICV sabe e bem.

Por exemplo, ela sabe (e bem) que em 2016 as legislativas aconteceram a 20 de Março, por conseguinte, antes das autárquicas e que o MpD e Ulisses Correia e Silva reduziram a Janira e o seu PAICV a banalidades políticas. O MpD tão-somente quis socorrer-se da imagem do seu recém-eleito líder para fazer a ligação entre as eleições legislativas e autárquicas e nesta sequência criar o efeito contágio para levar a Janira e o PAICV ao tapete nas autárquicas de 4 de Setembro, o que na verdade aconteceu. Ela se não sabe devia saber que as estratégias eleitorais não se repetem pela simples razão de que cada eleição é uma eleição e que o contexto de uma não é, com certeza, o de outra. Seria irracionalidade abordar da mesma forma realidades que são, obviamente, diferentes. Por outro lado, a prática nos diz que desde a instalação do poder local, há 26 anos atrás, que o MpD sempre ganhou as eleições autárquicas e que nesses 26 anos nunca repetiu a mesma estratégia de comunicação e marketing de uma eleição para a outra. No PAICV também que eu saiba tal nunca aconteceu e não tenho memória de ver nada igual a nível internacional.

Ela também sabe (e bem) que se tivesse algum capital político, seria ela mesma a candidatar-se à Câmara da Praia, ou teria avançado o seu segundo (Rui Semedo), ou terceiro (Julião Varela) a fim de mostrar a vitalidade do seu partido na capital do país, como aliás fizera Ulisses Correia e Silva catapultando-se para Primeiro-ministro. Pelo contrário, procurou abrigo e avançou um ilustre desconhecido sem experiência política conhecida.

Ela sabe (e bem) que não é fácil explicar isso aos militantes do PAICV. E é assim que se entende esta sua necessidade de fuga em frente, pois, não pode desesperar a base de apoio das candidaturas tambarinas que se fizeram presentes nos 22 concelhos do país tão-somente para marcar agenda, mas sabem que o desfecho mais do que provável é a derrota.

A Janira quer fazer crer que não compreende este quadro e que acredita que a nova estratégia do MpD para as eleições do dia 25 de outubro, que ocorre desta vez antes das legislativas, está relacionada com uma eventual supressão da figura do líder do MpD dos materiais de campanha. Se assim pensa perguntamos: porquê é que a Janira nestas eleições municipais não associou a sua imagem à dos seus candidatos? Acha-se sem capital político para acrescentar algo, por exemplo, a sua fraquíssima escolha para a capital do país?

Como dissemos, a Janira Hoppffer Almada está aqui, claramente, numa manobra de diversão. Sabe que muitos estão à espera de lhe talhar o futuro político após mais uma derrota estrondosa nas eleições municipais.

Ela sabe (e bem) que tem de engendrar uma meticulosa estratégia para se aguentar como líder do PAICV a fim de se poder apresentar nas eleições legislativas de 2021, pois tem um apego ao poder que é patológico.

Ela sabe (e bem) que os cabo-verdianos consideram o Ulisses Correia e Silva um homem sério e de palavra que não se tem poupado a esforços para cumprir com os compromissos assumidos não obstante a disrupção provocada pelos anos consecutivos de seca e pelo COVID-19.

Ela sabe (e bem) que entre os dois líderes não há comparação possível, pois, um é um homem de Estado, competente, exigente, responsável e com bastante maturidade, enquanto a própria é uma figura que está a frente do PAICV porque este partido atravessa uma crise de liderança. Esta crise não será sanada pelo mimo, pela arrogância, pela estridência, pela “sapateta” em substituição da competência quer política, quer técnica.

Ela sabe (e bem) que os cabo-verdianos não têm memória curta. Pois, todos estamos lembrados que os sectores por onde passou no governo do José Maria Neves ficaram com um lastro de insucesso e de heranças de má memória cujo exemplo maior é o sector da Juventude que foi deixado entregue à sua sorte e à desesperança.

Ela sabe (e bem) que corre o risco de ser levada pelo vendaval após as eleições autárquicas e de não chegar às legislativas de 2021. Acredito que ela sabe quanto pesa e receia transformar-se num produto em saldo, quiçá, de refugo e fora de prazo no mercado eleitoral cabo-verdiano.

Ela sabe (e bem) que em contrapartida, o Ulisses Correia e Silva tem ganhos de governação que falam por ele, e tanto assim é que na qualidade de Presidente do MpD tem cumprido o seu dever e não tem poupado os esforços indo a todos os concelhos dar a cara pelos seus candidatos.

Curiosamente, os candidatos do MpD têm revelado não precisar de muleta. Ora bem, alguém que faça um desenho a Janira Hoppffer Almada para que ela perceba que o Ulisses Correia e Silva não tem de dar cartas apenas aparecendo em cartazes, mas, também, criando líderes e candidatos fortes como o são os vários candidatos que o MpD apresentou ao país para o pleito de 25 de outubro.

Mas, em certa medida compreendemos a Janira. O desespero tomou conta da menina da estrela negra que não enjeita nenhuma oportunidade para atacar o Ulisses Correia e Silva, pensando que este é o caminho que a levará a cadeira do poder. Quiçá, nunca leu ou está esquecida do diálogo entre Platão e Diogenes quando o segundo respondeu ao primeiro dizendo que estava tentando esvaziar o oceano com uma colher para pô-lo dentro de um buraco. Quem sabe se não foi na ideia subjacente a esta resposta que os cabo-verdianos se inspiraram para criar a expressão “sa ta fazi papa na mar” para se referir a algo que não passa de perda de tempo e que não passa de uma missão impossível.

Que continue a sua saga contra o Ulisses Correia e Silva, pois, com certeza, que não logrará o resultado pretendido.



4 COMENTÁRIOS

  1. Bom vamos lá ver uma coisa: a banalidade e vulgaridade desta menina é tanta que Emanuel Barbosa precisa ocupar os 365 dias do ano para se deter sobre as meninices da JHA. Pior, fazendo isso, ocorreria o que na gíria popular o povo sentencia: dodo é quem corre atrás de dodo. Essa sim, seria uma grande vitória da doideira sobre a racionalidade. Na prática, seria aquilo que Saramago chamou com propriedade de “elogio à cegueira”. Ora bem, é nesses terrenos que JHA é boa. Ora finge-se de criança retrasada, ora de malcriada ora nem uma coisa nem outra. Está num mundo de Barbie e da Turma da Mónica. Portanto, estamos em eleições municipais e a JHA acha engraçado o Presidente do MpD não figurar-se nos materiais de campanha e faz disso uma alegoria, prova a infantilidade e a irracionalidade da JHA. Que se saiba, só Antonio Monteiro (essa figura exótica da politica que é ao mesmo tempo deputado, candidato e presidente) ou então o líder do PP, outra raridade exótica na política crioula o fazem. A pergunta simples é: e a JHA está em algum cartaz do seu partido? Em Santa Cruz e nos Mosteiros líderes locais já se manifestaram que preferiam ter Ulisses a JHA nas ações de campanha.

  2. Alguém no Paicv com algum pedaço de bom-senso: mande calar o Avelino Bonifácio. O menino disputa com a JHA num carnaval de doidices, o título de “REI MOMO”.

  3. POR FAVOR PESSOAL, DEIXEM A JANIRA, O PP, e ALGUNS OUTROS QUE DE UM MODO OU OUTRO SE INSPIRARAM NO JÁ FALECIDO Sr COSMO MOREIRA FERNANDES(Sarapion), O HOMEM DE PASTA VAZIA, MAS, SEMPRE COM O SEU CHICOTE À MÃO. R.I. P.(político para a JHA); PARA O PP NÃO LHE CABERÁ O RIP, POIS, AINDA NEM SEQUER NASCEU, MAS, MERECE UM TADINHO.

Comentários estão fechados.