Luís Filipe Tavares pede demissão do cargo de Ministro

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Pedido do Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e Ministro da Defesa já foi aceite pelo Chefe do Governo

O Governo acaba de confirmar o pedido de demissão de Luís Filipe Tavares, a quem agradece a “dedicação e o espírito de missão” que demonstrou desde abril de 2016, data que integrou o Executivo da república.

O PM que já aceitou o pedido de LFT vai agora apresentar ao Presidente da República o nome do seu sucessor.



2 COMENTÁRIOS

  1. É evidente que essa não é uma boa notícia para o Governo, nem para o MpD, muito menos para o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva. Porém, a permanecer no cargo acarretaria custos políticos ainda maiores ao Executivo, quando vamos a quatro meses das eleições legislativas e meio ano das eleições presidenciais. As contas fazem-se no fim, vai-se avaliar para ver-se, ainda o quanto essa demissão e seus desenvolvimentos políticos poderão vir a custar ao MpD. Numa coisa, contudo, todos deverão estar de acordo: LFT agiu como Homem de Estado e tomou a medida certa, ao deixar o governo. Nisto, todos deverão estar de acordo: nem Portugal onde de onde a pessoa que eventualmente estaria na origem da crise, os sucessivos Ministros dos Negócios Estrangeiros, de 2014 a 2020 ousaram responsabilizar-se e nem o Governo de Portugal fez qualquer menção disso, sabendo que o homem até desempenhou as mesmas funções por Portugal. LFT foi grande, e para os admiradores de Portugal em Cabo Verde, quem sabe, os portugueses, a exemplo do José Manuel Durão Barroso comecem a admirar Cabo Verde. LFT é um dos vice-presidentes do MpD e, medindo as consequências do seu acto, não permitiu a Oposição tirar nenhum ganho político de uma situação extremamente embaraçosa para o Primeiro-Ministro.

  2. Facto relevante: sem o 13 de Janeiro que orgulhosamente nós os democratas comemoramos amanha, comemoramos amanhã, dificilmente um ministro da República se demitiria, por causa de uma reportagem de uma televisão estrangeira. Quem é mais velho se lembra da moça que sucessivas reportagens do Expresso (Lisboa) e o Independente, também de Lisboa fizeram sobre casos e mais casos da ditadura do partido único e que levou o regime à ruína. Mais, só um ministro do Governo do MpD reconhece que seus actos e omissões têm peso e custos políticos. Durante 15 anos do Paicv, casos e mais casos foram relatados e nada aconteceu. Um ministro que vai ao casamento da filha com avião da Força Aérea, um ministro que é pego fazendo uma ligação ilegal de energia, uma ministra que nomeia marido para cargos sob a tutela de sua responsabilidade, um Primeiro-ministro que janta com pessoas ligadas ao mundo sujo, enfim. É bom lembrar ainda de um ministro do Governo do JMN que respondeu a inquérito criminal na PGR (Fundo do Ambiente), e ainda assim permaneceu no cargo, até ajudar o partido dele perder as eleições. O indivíduo só não se sentou nas barras dos tribunais porque o processo foi dado como prescrito, e, estranhamente, o homem é visto como um, mais um herói do Paicv, a somar os seus muitos heróis pré-fabricados.

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