Macron diz que discurso do Primeiro-Ministro Maliano é “uma vergonha”

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Primeiro-Ministro Maliano acusou, no sábado, a França de “abandonar” o Mali

Emmanuel Macron afirmou-se “chocado” e disse que as declarações são “inaceitáveis”. Para o chefe de Estado Francês, trata-se de “uma vergonha” que desonra o que considerou como “não sendo sequer um Governo” porque é um executivo saído de dois golpes de Estado.

No sábado, o Primeiro-Ministro de transição do Mali, Choguel Kokalla Maïga, durante o seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, disse que o anúncio de Emmanuel Macron de reorganizar a presença militar Francesa no Mali e de acabar com a operação Barkhane era “uma espécie de abandono”.

Em resposta, Emmanuel Macron sublinhou que “a legitimidade do Governo atual” do Mali, oriundo de dois golpes de Estado desde 2020, é “democraticamente nula”.

O Presidente Francês considerou, ainda, que sem a França o Mali estaria nas mãos de terroristas e disse esperar que os dirigentes da junta militar respeitem as suas promessas, ou seja, que façam eleições em fevereiro, que parem de meter na prisão os opositores políticos e que permitam o regresso do Estado de direito ao País.

O chefe de Estado Francês respondia, assim, a uma pergunta da RFI, à margem de um jantar que marca o fim da temporada África 2020 em França e dias antes da cimeira França- África de 8 de outubro em Montpellier que, afinal, não vai reunir chefes de Estado mas representantes da sociedade civil Africana.