Observação é dos Repórteres Sem Fronteiras, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se assinala nesta sexta-feira, 3
Os Repórteres Sem Fronteiras, RSF, observam que menos de 10% da população no mundo de hoje vive em um País onde os Jornalistas podem exercer a sua profissão num ambiente amigável e em boas condições de liberdade e independência.
De acordo com essa Organização internacional, apenas 9% da humanidade vive em um País onde a situação da liberdade de imprensa é considerada tão bom ou boa, ou seja, um País branco ou amarelo sobre o mapa da liberdade de imprensa, estabelecida do Ranking Mundial em 2019.
Setenta e quatro por cento da população mundial vive em um País em vermelho ou preto no mapa, isto é, um País onde a situação da liberdade de imprensa é considerada difícil ou muito grave, ou seja, isto é, em grande parte suprimida, como a China, Rússia, Arábia Saudita, mas também democracias como México ou a Índia.
Já nos países laranja, onde a situação é problemática, estão incluídos a Mauritânia e a Hungria, com um percentual de 91%.
De acordo com Christophe Deloire, Secretário-geral dos RSF, esta é uma situação “bastante preocupante” para os Jornalistas e para todos os seres humanos, uma vez que ficam privados do seu direito à informação.
Deloire vai mais longe ao afirmar que “nenhum dos grandes problemas da humanidade não pode ser resolvido sem livre, independente e confiável, isto é, sem jornalismo de qualidade, como o aquecimento global, a corrupção, a igualdade entre mulheres e homens”.
Segundo os RSF, em cinco anos, o índice global da liberdade de imprensa diminuiu em 11%.
Estes resultados pobres, prossegue, também são explicados pelo peso demográfico dos países que ocupam os piores lugares no ranking. Índia localizada em 140.º lugar que é vermelho no mapa da liberdade de imprensa e da China, localizado na área preta na posição 177, juntos, respondem por mais de 2,7 bilhão de pessoas, enquanto povo do País mais bem classificado, Noruega, pesa apenas 5,2 milhões.
Junto com alta população países densidade também experimentou uma mudança democrática significativa em 2018, o que resultou em aumentos significativos nas avaliações de 2019. Este é o caso da Etiópia (110) e 100 milhões de pessoas que saltaram 40 pontos ou Malásia (123) e seus 31,6 milhões de habitantes, que ganhou 22 lugares.
Publicado, anualmente, desde 2002, por iniciativa da RSF, o ranking mundial de liberdade de imprensa permite a posição relativa de 180 países e territórios em termos de liberdade de informação.
Cabo Verde nesta nova atualização subiu 4 lugares, ocupando agora a posição 25, e distingue-se pela ausência de ataques contra Jornalistas e por ser um País onde existe uma grande liberdade de imprensa, assegurada pela própria Constituição.