Mar e infraestruturas podem ajudar Cabo Verde a crescer acima de 5%

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Previsão é do BAD que considera que o nosso País deve apostar na riqueza marítima e na melhoria das infraestruturas e conetividade para garantir níveis mais elevados de crescimento económico, a rondar os 5% do PIB

O BAD reconhece que o momento de crescimento económico em Cabo Verde “continua forte”, com a expansão do PIB a dever ter ficado nos 5% em 2019, conforme relatório sobre as Perspetivas Económicas Africanas, divulgado na última quinta-feira, 30, em Abidjan, na sede do Banco, no qual se defende que o Arquipélago deve apostar no desenvolvimento de infraestruturas e apostar ainda mais na riqueza marítima.

O relatório deste ano, com o subtítulo ‘Desenvolvendo a Força de Trabalho Africana para o Futuro, aponta, na parte relativa ao nosso País, que “o impacto do investimento público no crescimento ficou abaixo do potencial devido às ineficiências das empresas públicas, o que resultou numa dívida pública elevada”, recomendando, por isso, uma aposta mais consistente nesta área.

O PIB, estima o BAD, deverá crescer 5% neste e no próximo ano, alavancado pela indústria, pescas, comércio e turismo, mas o BAD aponta que Cabo Verde podia tirar mais vantagem nesta área, nomeadamente, “capitalizar a sua riqueza marítima resolvendo os gargalos que existem nas infraestruturas logísticas e de transporte para desenvolver uma economia mais diversificada”, escrevem os economistas, que elogiam a privatização da Cabo Verde Airlines, em março, e o início das operações da Cabo Verde Interilhas, em agosto.

A consolidação orçamental já deu resultados, com o défice a ter ficado melhor que 3% do PIB em 2018, e a ser financiado por empréstimos concessionais (abaixo das taxas de mercado) e por emissões de dívida pública, cujo rácio face ao PIB deverá descer de 123,9% em 2018 para 98,5% do PIB até 2023, segundo o BAD.

No entanto, alertam os economistas do BAD, “a redução do investimento público devido à consolidação orçamental limitou os investimentos nas infraestruturas, resultando numa conetividade inter-ilhas desadequada, que por sua vez prejudica a competitividade das empresas locais relativamente à integração nas cadeias de valor globais”.

O crescimento económico acima da média há vários anos possibilitou uma “substancial redução da pobreza”, que passou de 58% em 2001 para 35% em 2015, diz o BAD, que chama a atenção, no entanto, para as elevadas taxas de desemprego, “especialmente entre os jovens e as mulheres (32,4%), que podem minar a coesão social”.

Com Agência Lusa