Maritza Rosabal avalia positivamente início do ano letivo 

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Ano letivo começou tranquilamente e sem grandes sobressaltos, avalia a Ministra que confirma 129.072 alunos no pré-escolar e no básico, e 27.379 no secundário

Em entrevista ao OPAÍS.cv, a Ministra da Educação, Maritza Rosabal, admite que há, ainda, um “longo caminho” a se percorrer, mas deixa claro que “o caminho faz-se caminhando” e que a cada conquista, surgem novos desafios.

Maritza Rosabal mostra-se satisfeita com os resultados conseguidos neste início de ano letivo, e destaca o regresso das crianças que estavam excluídas do sistema educativo.

Na conversa com o nosso Jornal, a governante aceitou tocar em diversos aspetos da vida educativa, das reformas em curso e dos ganhos e desafios alcançados até agora.

Iniciamos pela questão dos agrupamentos escolares, dos manuais e, de forma geral, do início do ano letivo 2019/2020.

De acordo com a Ministra, o ano letivo iniciou tranquilamente e sem grandes sobressaltos no sistema educativo onde a projeção dos efetivos aponta para 129.072 alunos no pré-escolar e no básico, 27.379 no secundário e com um largo corpo de docentes nestes dois últimos níveis. No básico, 3.733 e no secundário 1.779.

Em duas semanas de aulas, a única crítica dos pais encarregados de educação dos alunos do básico tinha que ver com a falta do manual de matemática do 2.º ano que, entretanto, veio a ser produzido e colocado, esta semana, no mercado. Uma situação que a tutela diz ser próprio da postura das pessoas. “Às vezes somos muito imediatistas e constantemente temos uma postura de ataque e de apontar o dedo a outrem”, avalia a Ministra para quem a produção de materiais em Cabo Verde tem evoluído de forma “super-positiva”. É que, conforme explica, há alguns anos produzia-se no País apenas 34 títulos, do 1.º ao 7.º ano de escolaridade, e destes 20 eram produzidos em Portugal, desde a elaboração dos textos, edição e impressão.

Quanto aos autores Cabo-verdianos, somente 14 títulos os possuíam. “Os direitos de autoria eram de Portugal e não podíamos mexer nos textos. Mas agora temos 42 títulos”, compara a governante para mostrar a necessidade de ajustes que hoje se faz no sistema.

A tutelar da pasta da Educação diz haver, atualmente, uma modificação completa e a todos os níveis. Mudanças, afiança, que desafia o Ministério e o próprio País a criarem condições para a produção nacional. “Estamos a criar competências nacionais numa área em que realmente estamos com muita dificuldade. Temos já uma equipa de autores nacionais e para o secundário vamos começar o processo de desenvolvimento curricular, porque não dispomos de materiais a nível nacional para esse grau de escolaridade. Havemos, para isso, de lançar o concurso para a produção”, declarou.

Por outro lado, ajunta, há esforços no sentido de criar competências para a edição dos manuais a nível nacional, o que pode, considera, alimentar um novo nicho de trabalho e reduzir os custos de edição e produção. Apesar da rapidez na edição e da maior capacidade das gráficas estrangeiras na produção dos manuais, reconhece a Ministra que as nacionais têm, até este momento, prestado um “bom serviço” e em termos de custos, não há muita diferença.

De recordar que o fundo para todo o processo de edição e produção de manuais é de 70 mil contos.

Quanto aos agrupamentos escolares, Rosabal defende que eram necessários e lembra que 2017/2018 foi o primeiro ano de reorganização de toda a rede educativa. Uma decisão ainda criticada, sobretudo por pais e encarregados de educação que se queixam das longas distâncias percorridas pelas crianças para assistir às aulas. Todavia, advoga a Ministra da Educação, “os agrupamentos escolares eram necessários” e explica que o contexto demográfico do País obrigou à criação desta rede de escolas cujo principal propósito é garantir o acesso à educação e oportunidade igual para todos.

“Temos que mexer a rede tradicional e criar novas configurações, aproveitando as novas potencialidades e capitalizando os recursos de modo a garantir uma educação para todos”, diz Maritza Rosabal, para quem a escola não tem que estar necessariamente à porta de casa. Justifica ainda que os agrupamentos têm uma gestão pedagógica que permite a inclusão das crianças. Aliás, o regresso das crianças às escolas é uma das razões que motiva e dá satisfação à Ministra, pese embora os desafios que ainda persistem. “Desejaríamos não estar a falar dos desafios, mas cada conquista implica um novo desafio. Acho que temos melhorado e a minha maior satisfação tem que ver com o retorno das crianças que tinham abandonado o sistema educativo, por alguma razão ou outra, mas, também, o crescimento das equipas, do trabalho dos docentes, das equipas de gestão das escolas, do seu comprometimento, e isso nos traz satisfação. Temos ainda um longo caminho a percorrer, mas o caminho faz-se caminhando”, concluiu.



2 COMENTÁRIOS

  1. Muito bem! O Ministério da educação não deve ceder a críticas, e essa constante transformação e amplificação de uma formiga em um elefante de pessoas com muitas más intenções! Em vez de certos pais, professores se preocuparem com a boa educação das crianças ficam na politiquice, Os agrupamentos escolares, e se possível num só edifício é a melhor forma de o Estado garantir a igualdade de oportunidade a todas as crianças! Ou seja: podem partilhar os melhores professores, laboratórios de qualidade, informática para todos, socialização das crianças de localidades onde há poucas, tudo isto garantindo transportes seguros onde necessário.

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