Ministro da Saúde e Segurança Social responde a Deputados

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Primeira sessão de junho começa amanhã, quarta-feira. UCID indicou o titular da pasta da Saúde e Segurança Social para as perguntas dos Deputados

Os Deputados da Nação retomam amanhã, quarta-feira, os trabalhos referentes à primeira sessão de junho, e uma das questões em pauta é as perguntas dos Deputados ao Governo, neste caso, o Ministro da Saúde e da Segurança Social, por indicação da UCID.

Em tempos de luta contra a pandemia do Covid-19, os Deputados quererão, provavelmente, fazer o ponto da situação da luta no Arquipélago e obter informações sobre a situação de cada Ilha, numa oportunidade para o próprio Ministro informar o País dos contornos desta luta, meios de resposta entre outros.

O Governo sugeriu, em regime de urgência, um debate sobre a proposta de Lei que revoga os artigos 6.º e 7.º da Lei n.º 83/IX/2020, que estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à situação epidemiológica provocada pelo Covid-19, isto depois de a Oposição, PAICV e UCID, ter inviabilizado a alteração da referida lei na sessão anterior, bloqueando os Tribunais. Com esta opção, o Governo quer que os Tribunais voltem à normalidade.

Para além destes dois temas, haverá ainda uma interpelação, sugerida pelo PAICV, sobre o setor da habitação, numa agenda ainda marcada com a aprovação de um conjunto de propostas de leis sobre vários assuntos.

Esta sessão irá decorrer entre os dias 10 e 12, e deverá continuar a contar com a participação de Deputados por videoconferência, devido à manutenção de restrições de ligações com a Cidade da Praia.



1 COMENTÁRIO

  1. Aqui estão algumas reflexões sobre como podemos derrotar a pandemia sem recorrer a uma nova declaração de estado de emergência. Precisaremos aceitar as seguintes suposições:

    1. Muitas pessoas não estão cumprindo as restrições para conter o vírus: e não há como forçar as pessoas a fazê-lo;
    2. As pessoas assintomáticas dificilmente espalham o vírus (de acordo com o OMS);
    3. Não temos recursos suficientes para isolar todos os que podem ficar infectados ou que estiveram em contato com uma pessoa infectada;
    4. A chance de uma pessoa infectada transmitir o vírus é muito baixa após 11 dias (de acordo com estudos);
    5. O objetivo é encontrar e relatar o maior número possível de casos, para que possamos isolá-los e interromper a transmissão do vírus … o objectivi não é relatar o menor número possível de casos. Ou seja, quanto mais casos forem identificados (e relatados), mais rapidamente resolveremos o problema.

    A solução é a seguinte, e o objetivo é derrotar o vírus o mais rápido possível:

    * Precisamos ter a capacidade de testar o maior número possível de amostras para que possamos identificar casos positivos o mais rápido possível … nossa capacidade atual de PCR não é suficiente;
    * Quando identificarmos um novo caso positivo e os contatos com esse caso, isolaremos nas instalações fornecidas pelo estado apenas os casos positivos daqueles que apresentam sintomas e todos os seus contatos;
    * Casos positivos, mas assintomáticos, e todos os seus contatos serão isolados em suas próprias casas. Eles serão verificados por representantes das autoridades de saúde para garantir que eles estejam em casa e não se desloquem para a comunidade durante o périodo da quarentena;
    * O período de quarentena será sempre de 14 dias e as pessoas serão liberadas e serão consideradas recuperadas, mesmo se ainda assim apresentarem resultados positivos após 14 dias – portanto, não há necessidade de fazer uma PCR após 14 dias e podemos economizar os recursos de teste para identificar novos casos;
    * Os testes para anticorpos serão realizados em larga escala para determinar onde o vírus circulava na comunidades nas todas as ilhas de Cabo Verde, para que mais testes de PCR possam ser realizados nessas comunidades para identificar novos casos e isolá-los o mais rápido possível.

    Na minha opinião, essa abordagem pode nos levar ao ponto em que pessoas infectadas suficientes, capazes de espalhar o vírus, são rapidamente encontradas e isoladas adequadamente, para que não mais espalhem o vírus. No entanto, é preciso reconhecer e aceitar que provavelmente descobriremos e isolaremos talvez um total de 1.500 casos e que poderá haver um total de 15 mortes em todo o país.

    Quanto mais rápido implementarmos, mais rapidamente chegaremos ao ponto em que há muitos dias sem novos casos. Eu sinto que as autoridades de saúde estão se movendo muito devagar. Se demorarmos muito, o vírus se espalhará muito mais e poderá haver um número ainda maior de mortes. Sejamos mais agressivos nos testes de PCR. O teste de PCR é a chave, mas precisamos fazer muito mais testes do que 150-180 amostras por dia. Deve ser pelo menos o dobro dessa quantidade, ou 300-350 por dia.

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