Armando Guebuza é um dos 12 nomes de figuras moçambicanas, alegadamente, procurados pela Justiça dos Estados Unidos da América, devido a casos de suborno
A notícia caiu com estrondo nos meios políticos de Moçambique. Para além do antigo Chefe de Estado, outros governantes estão indiciados no mesmo crime. Fala-se, inclusive, que o Presidente Filipe Nyusi só não está referenciado nesta lista devido às suas atuais funções. Na altura, Nyusi era Ministro da Defesa.
A Justiça Norte-americana admite que altos responsáveis moçambicanos, ligados aos ministérios da Defesa, Interior e Força Aérea, à data de 2011, terão beneficiado de subornos.
Um cidadão libanês aparece associado ao caso, supostamente como o ‘elo de ligação’ entre as autoridades do País e a empresa Privinvest, que viria a ter “luz verde” do então PR no projeto que estava em processo.
“Para garantir que o projeto tem luz verde do Chefe de Estado (à data Armando Guebuza), um pagamento tem de ser combinado antes de chegarmos lá, para sabermos e acertarmos, bem antes do tempo, o que tem de ser pago e quando. Quaisquer que sejam os pagamentos adiantados que tenham de ser pagos antes do projeto, eles podem ser incorporados no projeto e recuperados”, refere um e-mail de novembro de 2011, provavelmente origem do caso que está agora a ser investigado.
Segundo se apurou, mais de 60 milhões de dólares poderão ter estado envolvido neste negócio obscuro, para pagamentos de subornos e luvas a membros do Governo de Moçambique e a co- conspiradores da Privinvest.
Mandato de captura
A Justiça Norte-americana terá emitido mandato de captura internacional a 12 figuras moçambicanas, incluindo Armando Guebuza, que por esta via terá cancelado uma viagem internacional à Turquia, no final do ano.
Menos sorte terá tido o antigo Ministro das Finanças e atual Deputado, Manuel Chang, que foi detido no sábado, 29, na África do Sul.
O político que é acusado de lavagem de dinheiro e fraude financeira, vai permanecer sob custódia até voltar a ser ouvido em Tribunal, já na terça-feira, 8.
Segundo o despacho de acusação da Justiça dos EUA, foram investigadas três empresas criadas para levar a cabo operações de “fiscalização marítima”, apoio à pesca do atum e reparação naval.
O suposto esquema passou pela concessão de empréstimos às três empresas, no valor de mais de 2 mil milhões de dólares, garantidos pelo Governo de Moçambique, entre 2013 e 2016, mas desconfia-se que o dinheiro tenha sido “utilizado” para outros fins, nomeadamente, para “enriquecimento próprio e para desviarem intencionalmente partes dos empréstimos para pagamento de comissões a si mesmos e de subornos na ordem de, pelo menos, 200 milhões de dólares a representantes do Governo moçambicano e outros”.
Sinto muito,cada um responde pelos seus atos
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