“Pessoalmente foi a pessoa que mais me marcou nesta ilha”, observa o Pároco, em reação à morte da centenária que viveu os últimos momentos da sua vida “bem disposta e muito lúcida”
“É de louvar a Deus”. É assim que o Pároco da Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau, reagiu à morte de Man Bena, ocorrida ao final da tarde de ontem, aos 105 anos de idade.
Ouvido pelo OPAÍS, o Padre Eliseu Lopes diz que Man Bena “é um símbolo de São Nicolau, de fé e da Igreja” que parte para a Casa do Pai.
“Era uma senhora com muito sentido cristão” comentou o Sacerdote, garantindo que Maria dos Reis, de seu nome próprio, viveu os últimos momentos da sua vida “bem disposta e muito lúcida”, não obstante alguma debilidade dos últimos dias.
Segundo nos disse, já na festa de Nossa Senhora do Rosário, Man Bena já dava sinais de “alguma fragilidade” mas era sempre uma mulher “lúcida e atenta”.
O Padre Eliseu conheceu Man Bena há cerca de 2 anos, quando chegou à ilha para assumir as Paróquias de Nossa Senhora do Rosário e da Lapa. “Três dias depois de chegar a São Nicolau fui visitá-la para tomar a bênção, foi um momento especial”, recorda.
Ao longo destes quase dois anos, as visitas do Sacerdote à amiga e irmã em Cristo passaram a ser com regularidade. “Pessoalmente foi a pessoa que mais me marcou nesta ilha”, observa, reconhecendo que viver 105 anos e com a dinâmica e lucidez que Man Bena manteve até o último momento é motivo para “louvar a Deus”.
Man Bena que nunca teve filhos, dedicou toda a sua vida à Igreja e ao serviço das pessoas. Foi parteira, fez-se de enfermeira e médica para ajudar a salvar vidas, na ausência de Padres assistiu os fiéis e nunca deixava faltar nada a quem lhe procurava.
“Ela era uma verdadeira apostola” comentou o Sacerdote.
