MP pede pena perto de 25 anos para três homicidas do rapper Mota JR

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Foi pedida ainda uma pena de 8 anos para a mulher que serviu de “isco” para a cilada mortal do rapper

O Ministério Público pediu a aplicação de uma pena de prisão “perto da máxima”, de 25 anos, aos três arguidos acusados do homicídio do rapper Mota JR à porta da casa deste, em São Marcos, Cacém, em março de 2020 e de oito anos para a jovem acusada de ser o isco para a cilada mortal.

O julgamento do caso chegou esta segunda-feira ao fim no Tribunal de Sintra. Durante as alegações finais, o Ministério Público, MP, considerou que os arguidos João Luizo, Edi Barreiros e Fábio Martins devem ser condenados por homicídio qualificado, roubo agravado, sequestro, furto qualificado e profanação de cadáver. Catarina Sanches, acusada de roubo agravado, deve ser condenada por roubo simples, considerou o MP.

Os advogados de Catarina Sanches e João Luizo pugnaram pela absolvição dos arguidos. Defensor de Catarina Sanches diz que a arguida não teve participação no crime, uma vez que não sabia de nada, e até foi agredida pelos criminosos. Por seu lado a defesa de João Luizo, o arguido tido como mentor do crime, diz que não há prova nenhuma contra o seu cliente. “Toda a acusação está assente no quinto poder, ou seja, nas redes sociais e no que se escreveu sobre o que aconteceu. Não é possível condenar alguém só tendo em conta conversas na Internet”, disse o advogado.

O MP acredita que a Catarina Sanches se encontrou com Mota JR na noite de 14 de março de 2020 por ordem de João Luizo. No prédio onde residia, Mota JR foi surpreendido por Edi Barreiros e Fábio Martins encapuzados, que agrediram o artista a soco e pontapé. Mota JR tentou resistir ao assalto e foi arrastado até um túnel, onde, já com João Luizo no local, foi sovado e atirado violentamente várias vezes contra a parede. Acabou por não resistir às agressões e morreu, acredita o MP.

Os suspeitos deixaram o corpo sem vida de Mota JR na Serra da Arrábida, a mais de cem quilómetros do local do crime, numa zona que João Luizo conhecia. Voltaram à casa do rapper, esperaram que a mãe e irmã destes saíssem e roubaram os seus pertences.

O corpo do artista foi encontrado dois meses depois do crime em elevado estado de decomposição devido à presença de javalis na zona.

Com JN