MpD elenca “mas-práticas” do Governo do PAICV, com ênfase na corrupção

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Essas práticas foram elencadas numa Declaração Política, esta quarta-feira, no Parlamento. Armindo Luz aponta casos como os Fundos do Ambiente e do Turismo, a erupção vulcânica, TACV, projeto Casa para Todos, anel rodoviário do Fogo, entre outros

O MpD elencou hoje, no Parlamento, aquilo que considera ser um conjunto de “más-práticas” levados a cabo pelos sucessivos governos do PAICV. De acordo com dados lidos, esta manhã, pelo Deputado e vice Presidente do Grupo Parlamentar, Armindo Luz, numa Declaração Política, a corrupção é considerada uma inimiga da democracia e do Estado de Direito, isso porque “corrói e mina o princípio da transparência” e por constituir um elemento “nocivo” no combate à pobreza, contribuindo também, sobremaneira, para a agudização do fosso entre ricos e pobres.

Conforme o Deputado do Partido que suporta a governação nacional, o PAICV fez uma “má-gestão” durante a época que era governo. Luz disse que houve a delapidação dos recursos públicos por instituições e “gente ligada” ao PAICV e desvio de recursos públicos de “forma vergonhosa”.

Na sua explanação, o Parlamentar sublinhou que “nenhum ex-Ministro ou Ministra se gaba do seu pai ser o maior acionista privado da CVTelcom, nenhum Ministro ou Ministra indica o marido ou esposa para instituições relevantes do País, pior ainda, sob a sua tutela, nenhuma cidadã ou cidadão Cabo-verdiano se apodera das expressões do tipo ‘podem emitir a fatura em nome do Ministério da minha filha ou filho’”.

O Deputado pôs enfase ainda sobre o caso de desvio de 500 mil contos do Fundo do Ambiente, entre 2012 e 2014, má gestão dos recursos arrecadados para apoiar as famílias vítimas da erupção vulcânica em Chã das Caldeiras, “dos quais 500 mil contos desapareceram misteriosamente”.

O “abandono” das vítimas do Navio Vicente, também não foi esquecido, tal como a “má gestão” da extinta TACV “com PCA a usufruir de salários de 1.000 contos/mês”, bem como, a venda dos 2 ATR “pagos em cerca de 75%, para depois alugar 2 aviões velhos por valores superiores”.

O Deputado também não esqueceu do arresto do Boeing da TACV na Holanda. A má gestão do Projeto Casa para Todos, que endividou o País em 200 milhões de Euros, a construção do Anel Rodoviário do Fogo, “que não passou de 1/3 da sua execução, custando 3 vezes mais do que o orçamentado”, a construção da Estrada Manta Velha/Cruzinhas, “a estrada mais cara do País”, custando 400 mil contos por km, a construção da Estrada do Calhau em São Vicente, “gestão danosa” do Novo Banco, que era um banco para “financiar os camaradas, sem garantias e sem contratos de crédito”, também foram elencados como políticas que lesaram o Estado e que “beneficiaram, camaradas” do PAICV.

Armindo Luz recordou ainda da “gestão danosa” do Fundo Autónomo de Apoio à Cultura, má gestão da empresa Cabo Verde Fast Ferry, remodelação do prédio do INPS, e remodelação do prédio do Ministério das Finanças.

Para o MpD, o PAICV não tem nem “ética, nem moral” para levantar suspeições “infundadas, baseadas em suspeições” contra quem quer que seja. “É caso para dizer, que o PAICV fala de corrupção e depois esconde-se no seu próprio véu! É a saga do PAICV vendo-se ao espelho”, vincou.

O Grupo Parlamentar do MpD regozija-se com os resultados alcançados pelo Governo, de 2016 a esta parte e Ulisses Correia e Silva como um líder “íntegro, trabalhador, sério e humilde”, que aposta na construção de um Cabo Verde “mais transparente, que preste contas, e que dá exemplos de boas práticas”.