Myanmar. Trabalhadores da Cruz Vermelha detidos enquanto ajudavam feridos

“Os assistentes de primeiros socorros e médicos foram injustamente presos, intimidados ou feridos e as ambulâncias da Cruz Vermelha danificadas. É inaceitável”

A Cruz Vermelha Internacional denunciou hoje a detenção de trabalhadores da organização em Myanmar, depois de serem intimidados e feridos enquanto prestavam serviços a manifestantes atacados pelas forças de segurança.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente, FICV, admitiu, em comunicado, estar preocupada com a crise humanitária que se desenvolveu em Myanmar (antiga Birmânia) desde o golpe militar de 1 de fevereiro e que já provocou 536 mortos, de acordo com a Associação para Assistência a Presos Políticos.

“Os assistentes de primeiros socorros e médicos foram injustamente presos, intimidados ou feridos e as ambulâncias da Cruz Vermelha danificadas. É inaceitável”, afirmou o Diretor regional da FICV para a região do Pacífico Asiático, Alexander Matheou. “Os profissionais de saúde nunca devem ser um alvo. Devem ter acesso humanitário irrestrito às pessoas necessitadas”, acrescentou Matheou.

Segundo a Cruz Vermelha, a crise em Myanmar ameaça a saúde devido à paralisação de serviços básicos, como transportes ou bancos, o que pode dificultar a manutenção de programas de ajuda humanitária.

Além disso, lembrou Matheou, aumenta o risco de surgir uma vaga de infeções por covid-19, que criaria uma “tempestade perfeita” no País.