Não podemos continuar a permitir que Partidos se apropriem de emblemas nacionais

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Afirmação é do Presidende do Grupo Parlamentar do MpD. Paulo Veiga intervinha no Parlamento, por ocasião da sessão solene do 5 de Julho

Paulo Veiga considerou hoje que a conquista da Independência Nacional se deveu ao povo Cabo-verdiano e não de um determinado Partido ou grupo específico.

Ao intervir no Parlamento, por ocasião da sessão solene do 48.º aniversário da Independência de Cabo Verde, o Deputado vincou que a conquista da independência “não foi uma dádiva”, mas sim “uma aspiração e vitória” do povo Cabo-verdiano, “fruto e luz” de uma secular caminhada para o desenvolvimento, a democracia e a liberdade.

De acordo com o político, não se pode continuar a permitir que os Partidos políticos se apropriem de emblemas nacionais para justificar uma legitimidade histórica que não possuem. “É uma exigência de respeito desses símbolos e de garantia de pluralismo”, referiu, lembrando que até militantes do MpD estiveram nas fileiras da luta pela Independência e mais tarde, na luta pelas liberdades civis.

Populismo

No seu discurso, a questão do populismo mereceu particular atenção, com Paulo Veiga a sublinhar que “caminho aberto para regimes mais ou menos autoritários”, floresce um pouco por todo o lado, inclusive em Cabo Verde, e nos últimos tempos, com mais frequência. “Há alguns sinais de populismo entre nós”, admitiu, observando que “hoje, a noção de que ser democrático é saber conviver com todas as ideias e que todos os eleitos merecem o mesmo respeito”, mas advertiu que esta perspetiva “está fundamentalmente errado”

“Há propostas e atitudes políticas que vão contra a declaração universal dos direitos humanos e não é o fato de haver quem nelas vote que as torna aceitáveis”, enfatizou, para de seguida considerar que ser democrático numa Sociedade aberta é combatê-la e não fazer de conta que são iguais às outras.

“Os combates políticos fazem-se pela ação e pelo debate de ideias, e a tomada legítima da governação, ocorre nas urnas, em paz, pela vontade do povo, através da soma das vontades de cada Cabo-verdiano residente e na Diáspora, devendo o resultado ser respeitado por todos”, ajuntou.

Novas tecnologias

Veiga obsersou que o Governo, liderado por Ulisses Correia e Silva tem apostado fortemente nas novas Tecnologias de Informação e Comunicação, mormente na literacia digital, através de financiamento de projetos que tenham como missão desenvolver as capacidades digitais e a literacia mediática junto dos jovens com vista a aumentar a sua resiliência à desinformação nas redes sociais, às “fake news” e às musculadas propagandas enganosas, bem assim, à sua capacidade de participar ativamente na Sociedade do Conhecimento.

“Acreditamos que a juventude é e será o grande impulsionador para o desenvolvimento sustentável num futuro próximo na apropriação das novas tecnologias e na inteligência artificial como ferramentas ao serviço do desenvolvimento na Aldeia Global. Outrossim, estamos a trabalhar, afincadamente, para munir a nossa juventude de conhecimentos “Deep Learning” da inteligência artificial com o intuito de lançá-los no mercado internacional, acompanhando sempre o progresso tecnológico e formar especialistas em software de Cabo Verde para o Mundo no sentido de se competirem à escala global onde as fronteiras físicas deixarão de ser amarras”, finalizou.