Novas fantasias da Dr.ª Roselma Évora

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A Doutora Roselma Évora, a politóloga nacional, continua MAIS CONFUSA do que nunca. Resolveu falar agora de democracia e chegou, no cume da sua expertice, a esta conclusão maravilhosa, repetida com júbilo por uma certa imprensa doméstica: “A nossa democracia ainda não é perfeita”!

Ora, essa tese roselmiana é de uma leviandade sem igual. De bradar aos céus!

NÃO HÁ democracias perfeitas em nenhuma parte do planeta e a democracia, pela sua própria natureza, e modus operandi, NÃO aspira a ser um regime perfeito. É nestas ocasiões que faz falta ler umas boas páginas de Karl Popper ou Ralf Dahrendorf.

Não podemos, jamais, confundir a democracia liberal com a perigosa UTOPIA MARXISTA.

A democracia é apenas um QUADRO INSTITUCIONAL que nos permite, parafraseando Gertrude Himmelfarb, fazer várias revoluções – técnicas, agrícolas, económicas, administrativas, culturais, ambientais, neuro-cibernéticas, etc., e alcançar, por aí, melhorias constantes na vida quotidiana – sem cairmos na indesejável Revolução.

A política da perfeição leva, inexoravelmente, à DITADURA, ao fetiche do “homem novo” e aos infernos totalitários, grandes ou pequenos, como a História já provou à saciedade.

Costuma dizer-se, num apelo ao bom senso, que “A perfeição não é deste mundo”.

Cuidado. A perfeição é um atributo da divindade.

Não foi por acaso que o grande W. Churchill fez esta observação singular: “A democracia é o pior dos regimes, exceptuando todos os outros”.

A democracia existe, na realidade, para possibilitar mudanças pacíficas e espaços de realização do indivíduo-cidadão, para que não se perca a condição humana. E já é muito.

Mas parece que a nossa mui douta Roselma nunca pensou nestes pormenores!

A rainha vai nu…

Ps: que Deus nos livre das “democracias perfeitas” e das vanguardas “iluminadas”!



1 COMENTÁRIO

  1. Casimiro tem toda razão: dotorinhos de Cabo Verde não pensam. Democracia caboverdiana não é perfeita. E qual é a novidade dra? A democracia nunca pretendeu ser perfeita, porém a melhor entre todas as outras. A única organização política provavelmente mais perfeita é a ditadura e por isso mesmo a Dra Roaelma gosta de ditaduras.

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