Novo ano, nova esperança e segurança

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O ano findo não foi bom, razão pela qual, não deixou saudades. Iniciamos o novo ano
com os mesmos receios e inquietantes expectativas que ensombraram o ano 2022, pelo  que, não auguramos um amanhã tranquilo, pois vivemos tempos de grande turbulência e
de muita incerteza, em virtude da guerra na Ucrânia, tensão comercial entre Estados
Unidos e China e vários outros conflitos em diferentes latitudes.

Todavia, é importante não perdermos a esperança num mundo melhor. É, pois, fundamental mantermos o foco, a serenidade, valorizarmos os bons princípios, designadamente, a verdade, o valor do trabalho, da solidariedade, da justiça e da paz.

Mergulhando em algumas notas retiradas no Curso de Segurança e, sendo uma questão
central neste momento e um valor fundamental para a nossa paz e tranquilidade, queria
partilhar com o caro leitor e cara leitora esta modéstia contribuição no que à insegurança
diz respeito, para as nossas autoridades, em querendo sejam levadas em consideração.

Não podemos escamotear a realidade existente neste momento na Cidade da Praia, ou seja, que existe um aumento de criminalidade e um ambiente de insegurança, mas neste novo ano que ora começa, não devemos continuar a criticar por criticar, temos que mudar o cheap, a não continuar a ouvir a mesma música! Temos é que indicar o caminho, mesmo sabendo que é espinhoso. O caminho é o seguinte: Diz o adágio popular que mente desocupada é fábrica do demónio, assim sendo, proponho a ocupação e o desarmamento de todos aqueles que encontraram na delinquência um modo de fazer ou de viver, em especial alguns jovens delinquentes– a partir do trabalho de inteligência e investigação -, seguidas de presença policial permanente e rigorosamente supervisionada, com orientação para a solução de problemas, conquistando o respeito e a confiança da população.

Desde logo, convém dizer que a Segurança é um bem público essencial, um ativo do Estado e, como tal, diz respeito a todos nós e deve estar acima das quezílias político- partidárias, se queremos efetivamente pôr cobro à situação, cabendo ao Estado um papel insubstituível e determinante na busca de solução. Sou por natureza, um otimista moderado e estou convencido que, apesar de tudo, existe saída, sim! E a grande questão que deve ser colocada é se as outras cidades ditas grandes resolveram ou pelo menos reduziram o número de assaltos à mão armada e o roubo de veículos nas ruas da cidade, casos de Nova York, Boston, Londres, Lisboa, etc., e nós sendo um pequeno país/uma cidade pequena, porque não havemos de resolver também o problema de insegurança Temos de ter a coragem e introduzir reformas profundas no sector da segurança.

Nova York e Boston combateram a criminalidade violenta nas ruas focalizando com máximo rigor as armas – adotaram táticas distintas, mas convergentes, designadamente, revistas sistemáticas e continuadas em automóveis e transeuntes – inclusive motos e bicicletas funcionaram como medida preventiva.

Pensamos que está ao nosso alcance e se forem implementadas políticas públicas mais inteligentes e eficientes na prevenção da criminalidade, fazendo recurso ao nosso serviço de inteligência (SIR), podemos mudar o curso das coisas: implantação de um programa envolvendo vários tipos de ações simultâneas em diversas áreas, a saber: por que não promover um casamento perfeito entre os serviços de reinserção social e o IEFP? O foco prioritário dessa política, que nós chamamos intersectorial, são os jovens em idade escolar e que se encontram fora da escola e do mercado de trabalho; o Ministério de Família e Inclusão Social, tem aqui um papel preponderante, pois deve trabalhar junto das comunidades, dialogando com as famílias que perderam os seus filhos, sobretudo com aquelas em crise, em condições sociais adversas, fazendo-as ver o valor da família e não se limitar a distribuir as benesses, pois que está provado que a política de distribuição por si só não produz resultados que se quer! Onde está a polícia de proximidade? É importante rever o conceito de polícia de proximidade! Quer se queira quer não, o policial uniformizado nos bairros é a manifestação mais visível da presença do Estado, das instituições públicas, para a maior parte da comunidade. Portanto, uma boa articulação, aliado a um diálogo institucional franco e sem a procura de protagonismo, porque autoridade dividida é autoridade enfraquecida, resolver- se-á o problema de insegurança.

Como advoga Michael Walzer, na sua obra As Esferas da Justiça (1999), a qualidade de membro é importante devido àquilo que os membros de uma comunidade política devem uns aos outros e a mais ninguém. Nessa comunidade, é possível providenciar uma segurança total e eliminar toda e qualquer violência, porquanto a insegurança é simplesmente intolerável.

Com este entendimento, vamos arregaçar as mangas e construir uma outra realidade. Podemos fazer isso? Sim, podemos. Outros países fizeram e o mundo não acabou!

Termino estas notas desejando a todos um 2023 com muita saúde, prosperidade e, acima de tudo, mais segurança.