José Maria Neves investido hoje como 5.º PR de Cabo Verde elencou um conjunto de desafios que o País tem pela frente e promete junto com o Governo e todas as instituições nacionais e internacionais trabalhar para a reconstrução do Arquipélago
José Maria Neves, acaba de ser empossado como o quinto Presidente da República, numa cerimónia que decorreu na Assembleia Nacional, perante centenas de convidados, sendo cinco Chefes de Estados, 12 delegações internacionais, Presidente da Assembleia Nacional, Presidente Cessante, Primeiro-Ministro, Ministros, Deputados da Nação, antigo Presidente Pedro Pires, e várias outras personalidades e figuras e públicas.
Durante o seu discurso pediu a mobilização de todos os Cabo-verdianos e instituições da República no combate à crise que afeta Cabo Verde, num momento que exige um “djunta mon” de todos.
Num discurso alternado entre a língua Cabo-verdiana e Portuguesa, JMN garante que será Presidente de todos os Cabo-verdianos e de todas as Cabo-verdianas.
A história de Cabo Verde é “grande motivo de orgulho”. “Uma história extraordinariamente rica” vincou, elencando um conjunto de desafios que o País tem pela frente.
Desafios
O PR refere à pandemia como um dos desafios do País, na atual conjuntura. Disse que a Dívida Pública e o Défice Público estão em “níveis preocupantes”. Adiante, disse, é “tempo de cerrar fileiras”.
A democracia, ajuntou “é disputa, mas é também compromisso” e precisou que o “dissenso não afasta, antes, ilumina o melhor caminho a seguir”, sustentando que “devemos procurar todos os dias a perfeição”.
JMN prometeu trabalhar junto com o Governo e todas as instituições nacionais e internacionais para a reconstrução do Arquipélago, contando ainda com todos os Cabo-verdianos, independentemente da sua preferência política. Disse querer um País para todos, garantindo que ninguém deve ser prejudicado por causa das suas opções políticas. “Todas as capacidades e competências têm que ser aproveitadas”, vincou.
A Justiça, precisou JMN, é uma das suas “preocupações fundamentais”. A morosidade um “mal há muito identificado” precisa ser combatido, disse.
Novo Pacto de poder
Volvidos 46 anos após a independência nacional e 30 após a instauração da Democracia, JMN advoga que é chegado o momento de um “novo pacto” de Poder entre as Ilhas, e defendeu mais recursos, mais poderes, mais descentralização, mais recursos financeiros e materiais.
O novo PR ambiciona uma relação “mais eficaz” com a Diáspora Cabo-verdiana, e defende uma relação no plano externo “realista, pragmática e inteligente”. Quanto à África, JMN defendeu que é necessário “acelerar o passo” na integração regional. Na Europa, observou, a Parceria Estratégica tem “enormes margens de crescimento”.
JMN quer uma “qualificação” da participação do País na CPLP e defendeu que a mobilidade de pessoas e bens, sobretudo Cultural e Conhecimento, merecerão a sua atenção.
O PR garante que vai ter uma “agenda intensa” e assegurou que o Conselho da República e o Conselho de Segurança e Defesa Nacional irá reunir-se “com mais frequência” no Palácio do Povo, na Ilha de São Vicente.
E finalizou assegurando que irá combater pela “oficialização plena” do Crioulo enquanto língua materna.