O Economista Óscar Santos, dizem os meirinhos do PAICV e da UCID, “não pode ser” Governador do Banco de Cabo Verde.
Porquê? Porque não oferece “garantias de independência”, retorquem nervosamente.
Ora, ora! Os srs. Carlos Burgo e João Serra, que sempre pertenceram ao núcleo duro do PAICV, ofereciam, por acaso, esse tipo de garantia?
Entretanto, durante mais de uma década, ninguém questionou a respectiva idoneidade e competência técnica. E exerceram tranquilos mandatos no BCV.
Mário Centeno saiu do Governo do PS e, logo a seguir, saltou para o Banco de Portugal.
Ninguém falou, acintosamente, em “afronta à democracia”.
O PAICV é um partido de matriz revolucionária e trabalha, por isso, com dois pesos e duas medidas.
O que conta é, apenas, a sua conveniência. Mais nada. É um “modus operandi” que herdaram dos seus “pais fundadores”.
Essa gente inspirou-se profundamente na douta ciência de Maquiavel e nos seus malabarismos constitutivos.
É isso que A. Gramsci designava por “novo príncipe”: um partido político sem critérios, que percorre caminhos ínvios, e sempre à procura da sacrossanta hegemonia e do controlo social, (propósito) que está, aliás, no seu ADN inicial.
Não é fácil, hão-de convir, o lobo transformar-se repentinamente em cordeiro.
A natureza tem os seus limites!