O clã Hopffer Almada, o seu assalto ao paicv e a sua ambição desmedida pelo poder!

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David Hopffer Almada nunca foi uma referência de destaque na luta anti-colonial, porém depois do 25 de Abril quis apanhar o comboio, entrou a sério na política e a partir desse momento traçou um projecto político pessoal do tamanho de um castelo imperial de um bilionário Cheikh da Arábia Saudita.

Quem pôs um stop na imperial ambição do David foi o Pedro Pires, em 2001, quando o David pretendeu ser o Presidente da República.

Golpeada a sua ambição pelo Pedro Pires, o David, raivoso pela frustração, terá jurado à família Hopffer que continuaria a sua “ambição imperial” de dominar a política em Cabo Verde, através da promoção da filha, Janira Hopffer Almada.

Não tínhamos a mínima intenção de trazer o David -hoje aparentemente inativo na política- para este artigo. Porém, o juramento e a projeção que fez da filha, num espírito quase monárquico, obrigou-nos a este pequeno “embaraço”.

A história da família Hopffer Almada na política não é tão curta como se possa crer. Pode não ser muito brilhante, coroados de sucessos, mas contém um pequeno oceano de episódios!

David Hopffer Almada, considerado o patriarca político da família, arranja um motivo considerado fútil pela nomenclatura do partido na altura, abandona o PAICV em 1991, conforme se confirma na sua carta de desvinculação. Desvincula-se também do grupo parlamentar do PAICV, mantendo-se, entretanto, como deputado independente. Esta atitude foi considerada de traição pelo Pedro Pires e todo o partido! Pois foi uma deserção num momento considerado difícil para o Paicv (1991), em que este partido sofreu a maior derrota da sua história!

Como deputado independente, aprova leis no Parlamento e com uma visão de águia vê̂ uma grande oportunidade para ganhar muito dinheiro com o processo de privatizações. Privatizações essas desencadeadas pelos governos do MPD, mas que, ironicamente, a filha, Janira Hopffer Almada, como líder do Paicv, vem dizendo que os proveitos delas enriqueceram os empresários do MPD!

Em 2001, avança com o seu projecto pessoal de tomada do poder, candidatando-se à Presidência da República, contando inicialmente com o apoio de José Maria Neves.

Entretanto, Pedro Pires decidiu se candidatar e põe fim à festa do clã Hopffer Almada. A candidatura do Pedro Pires revoltou e de que maneira a família Hopffer Almada, ao ponto do David, dum jeito sorrateiro, e da filha Janira terem apoiado o Carlos Veiga!

Frustrado e mais que politicamente estragado, David inventa, a todo o custo, outra forma de mandar e ganhar influência política em Cabo Verde. Decide meter a sua filha Janira na politica, já que seu filho varão não parece afeiçoado para a política.

Para conseguir este projecto, que foi considerado uma honra para a família, o peso do dinheiro não era problema algum. David decide gastar milhões para financiar o projecto político da sua filha Janira Hopffer Almada, projecto esse que é pura e simplesmente uma ambição, uma fantasia e uma desmedida obsessão daquela família com o único propósito de fazer Cabo Verde uma propriedade sua.

Felizmente não foi em 2016. Veremos o que acontecerá em 2021? Até quando permanecerá essa obsessão? O povo é que vai responder nas urnas.

 



4 COMENTÁRIOS

  1. O texto do Maica faz um enquadramento geral do percurso político e econômico oportunístico dos Hopffer Almada, suas traições e maquinações, deixando de fora episódios grotescos que vale a pena sobre ela ser debruçada para se compreender como e’ que uma jovem sem qualquer pensamento político consistente, consegue assaltar um Partido idôneo e sequestra-lo, com a conivência de muitas reipeitaveis referências políticas da historiografia política Caboverdiana . Nesse percurso sobressai o oportunismo, a bajulação, a máfia econômico-financeira, a traição, o amantismo, o caciquismo e a manipulação da pobreza e do mundo rural. Penso voltar e abordar cada um desses itens nos próximos números deste Jornal, mas convém fixarmos no tempo alguns factos históricos que são pouco conhecidos da nova geração, como sejam, por exemplo : o golpe do David H. Almada, ex-agente da PIDE, em 1974, ao combatente Dr. Vieira Lopes; a difícil assencao do David H. Almada, apadrinhado por Pedro Pires, nas hierarquias do PAIGC/CV; a acomulacao de alguma riqueza durante o Partido Único por D.H. A.; a traição do DHA em 1991 ao PAICV e a Pedro Pires; As tramoias do D.H.A. e os contratos secretos com portugueses nas varias privatizações; Os obscuros negócios com a Portugal Telecom e a traição ao Estado de Cabo Verde; O pacto do DHA com Fernando Serra e Sousa nas falcatruas dos terrenos da Praia; O enriquecimento da família Hopffer Almada; O financiamento da campanha autárquica de JMN em 2000, em Sta Catarina, e consequente dívida de JMN para com a família Hopffer Almada; O falhanço do JMN com a família H.A. nas presidenciais de 2001 e as compensações posteriores, com a liderança da lista do Partido em 2006 para Santa Catarina por DHA e a entrada em 2008, de sua filha JHA para o Governo, sem nunca ter antes
    trabalhado; A entrada da JHA para a JPAI e PAICV em 2009 e o plano familiar para assalto e sequestro do Partido. A cumplicidade de JMN para saldar a dupla dívida com a família H.A.(dívida financeira e dívida do namoro mal sucedido); A materialização da primeira etapa do Plano Hopffer Almada, com a tomada forçada do Partido em 2014, o Fundo do Ambiente e outros fundos, a Fundação DONANA; O congelamento da democracia interna no P A I C V e a limpeza étnica no
    Partido ; A gestão da relação com o JMN e os planos futuros dos Hopffer Almada.

    • Pelos vistos, a mulher terá muito que nas campanhas eleitorais de se explicar. Muita coisa para uma mulher que o paicv deseja colocar na frente dos destinos de Cabo Verde. Quem não fica bem nisto tudo será JMN que, afinal, não terá passado de um grande marionete nas mãos de uma família que lhe drenava dinheiro para governar, praticamente em seu nome. Que coisa feia JMN! Autêntico boneco nas mãos de uma rapariga que age sobre o JMN em nome do pai. Que JMN seja um grande frouxo, ninguém duvidava. O que ninguém sabia era a dimensão do trabalho sujo consertado e de quão manietado JMN está nas mãos de uma oligarquia política e não em nome de princípios. Isto daqui parece muito mais uma organização criminosa que um partido político. Há, portanto, razões de sobra para os militantes do paicv solicitar na justiça a dissolução desta associação de criminosos, a que chamam de partido político.

  2. Infelizmente muitos aspetos apontados pelo Mayka têm consistência e podia-se até ser investigado. E mais, o Amadeu Oliveira tem toda a razão quando diz que a JHA pouco fez pela justiça. E razão é muito simples. Ela faz parte deste sistema corrupto que fez enriquecer a sua família.

  3. Mas voces acham que a JHA esta interessada em ganhar eleicoes?Nao minha gente. Ela apenas pretende ficar sentada na cadeira da Presidencia do PAICV para poder continuar a gerir os subsidios que o Estado e os partidos amigos da Internacional Socialista doam ao PAICV.E’ muito dinheiro por ano minha gente.Por volta de 300 mil dollares mensais.E ela no fundo nem quer saber de dor de cabeca de dirigir CV. Ela quer e’ continuar com a mao na medalha todos os meses. Filu e Julio que continuem a catar mosquitos.

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