O descompasso da minha vida

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Toda a nossa vida pode ser escrita, contada, relatada, silenciada. Cada um pode decidir… Assim, decidi eu, transmitir uma das muitas histórias que há para contar… Vale a pena?
Talvez, porque o meu descompasso pode ser o seu ou talvez já foi algum dia.

Entre amores e solidão vivi momentos mais marcantes da minha vida. Senti o calor com sabor de frio, presenciei muitas noites em claro sussurrando baixinho o amparo de pessoas especiais, pelo menos, tencionava.

Sim, senti a minha vida num descompasso infinito… sonhos a virar fumaça e arrastada pelo vento leste… Objetivos fracassados… e projetos guardados. Porém, desde muito cedo, fui educada e instruída que mal se caía tem que se levantar. Assim como os desafios e as dificuldades sempre existiram e continuarão a existir, também nunca se pode desistir dos sonhos, dos objetivos, dos projetos e principalmente da vida. Tudo isso, graça aos meus melhores instrutores, os meus pais, de que falo com muito orgulho e devo tudo a eles.

Quem nunca sentiu perdida e cansada?

A mim, foi sim um descompasso, entre eu e eu, porque a força de vontade nunca faltou, sempre lutei por tudo na vida e tem sido assim até os dias de hoje. Nesta história de vida tive oportunidade de fazer uma “radiografia” às minhas memórias e recordar todos os bons momentos que me fizeram crescer como pessoa e como ser humano.

Das muitas palavras que escrevi ficaram-me na memória, a infância feliz que tive, apesar das limitações económicas, a mãe maravilhosa que tenho, a mulher que me pôs no mundo, a família que tem sido o meu amparo ao longo de todos estes anos e os amigos, que são pouquíssimos, que nos bons e maus momentos estão sempre presentes.

Percorri todos estes anos com alguma nostalgia, mas sempre na luta por dias melhores, dado que a vida tem muitas curvas e cabe-nos a nós saber contorná-las.
Toda a vida requer responsabilidade, coragem, empenho e dedicação, se assim não fosse, não teria o arcaboiço psicológico para arcar com tanta adversidade que a vida me tem apresentado.

O descompasso da minha vida.

Não deixo, no entanto, de equacionar o que seria dela se não seguisse estas directrizes.
Todas as etapas da vida são aprendizados e as adversidades que ela me tem colocado, servem para fortalecer o meu caráter. Sinto, no entanto, uma gratidão enorme por todos os momentos de felicidade que a vida me tem proporcionando e assim ter força interior para conquistar a autoconfiança e a coragem que é necessária para encarar a vida com optimismo.

De todo, não vale a pena, limparmos o rosto dos que choram, se nós amarramo-nos de noite a almofada que ninguém vê.

Não vale a pena pensarmos no passado, como se fosse presente.

Deixa-o bem arrumado em velhas prateleiras.

(…) o descompasso entre eu e eu.