“O Inquietante Mistério” é segundo livro do Pároco de São Vicente

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Conforme nos disse, o livro é um percurso da sua vida de realização sacerdotal. “É um trabalho teológico, do que sinto e penso”

Depois de “Verdade e Libertação”, que resulta da sua tese de doutoramento, publicado em setembro de 2016, o Padre Paulo Borges, Pároco de São Vicente e Vigário Geral da Diocese de Mindelo, acaba de dar à estampa o seu segundo livro, intitulado “O Inquietante Mistério”, uma obra que segundo nos disse é um percurso da sua vida de realização sacerdotal.

Natural de Santa Catarina de Santiago, nascido a 12 de maio de 1970, na localidade de Lameira, na Ribeira dos Engenhos, este Sacerdote explica que este seu segundo livro é uma “reflexão que não é uma pregação”, resultando de conferências eminentemente de investigação científica. “É um trabalho teológico, do que sinto e penso”, assevera.

São, igualmente “confrontamento” do seu pensamento com as realidades sociais, eclesiais e global. “É uma reflexão prática, experiencial desde a minha ação pastoral e da realização do meu ministério concreto na comunidade paroquial”, elucida.

Nas suas declarações ao OPAÍS.cv, acerca deste seu livro, o Padre Paulo observa que Jesus Cristo “é o Mistério mas não é um Mistério oculto, escondido. É o Mistério revelado mas que inquieta constantemente a minha vida e a vida da Igreja porque Ele continua interpelando-nos, continua mostrando que diante de nós há ações que se deve realizar, há projetos que devem ser levados a cabo, que não podemos ignorar, nem podemos ser omissos”.

Nas páginas do livro que foi prefaciado por Dom Ildo Fortes, Bispo de Mindelo, o Sacerdote partilha várias reflexões dos “grandes mistérios da vida, a própria vida, a relação humana, situações da nossa Sociedade, a situação da Igreja, a situação do mundo que inquieta”.

Segundo diz, Cristo não deixa que as coisas fiquem em “banho-maria”, mas Ele, Cristo, “inquieta o nosso coração, inquieta o meu coração”.

“É este mistério de amor, que eu chamo de mistério iquietante de amor de Deus para conosco, que continue a interpelar a minha vida, a minha história, o meu ministério, inquietando para que eu não me instale, que eu não viva de uma forma passiva, mas sim que eu entre no dinamismo de uma vida que procure o sentido para mim mas também para os outros”, enfatiza, sublinhando que Jesus Cristo é um “mistério fascinante, justamente porque desperta a minha vida, a minha atenção e me atira para Ele”.

Uma nova obra, a terceira do seu punho, está prestes a ser editada, podendo ser dada à estampa dentro de 2 meses.

Questionado porque ser Sacerdote, o Padre Paulo explica que é uma questão de vocação. O fascínio por Jesus, diz ele, fez-lhe optar pelo Sacerdócio. “Optei por ser Sacerdote porque é uma vocação para mim. Sinto a fascinação de Jesus”, testemunha.

Ainda criança, em Assomada, sua Paróquia de origem, ouvia um Padre pregar a falta de Sacerdotes para anunciar a Palavra de Jesus. Essa preocupação do Padre despertou nele uma inquietação pelo ministério. Entretanto, o jovem Paulo emigra para França onde continua os estudos e trabalha, mudando-se depois para Espanha onde trabalhou com um seu irmão num escritório de arquitetura e só depois entra para o Seminário. “Mas a vocação não nasceu na Europa, nasceu aqui em Cabo Verde”, clarifica.

“Foi a Igreja de Cabo Verde que forjou a minha vocação desde o batismo”, enfatiza, admitindo que poderia ser “tudo na vida” mas confirma que ser Padre “é a melhor coisa” que lhe poderia acontecer.



1 COMENTÁRIO

  1. Não li o livro, pelo que sobre ele, não posso pronunciar-me. O que atrai a minha atenção é o júbilo de ver que os nossos padres estão a dedicar-se aos estudos aprofundados, ao nível de Doutoramento, facto por si muito relevante para a cultura eclesiástica deste Pais. Parabéns Igreja. Tinha razão hino da visita do Santo João Paulo II a Cabo Verde (Por uma Igreja Jovem).

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