O Populismo (parte 1)

O mundo, desde o seu início, foi forjado na luta. Na luta entre povos, classes e demais formas de ser. Nos últimos anos, a palavra POPULISMO E POPULISTAS voltou a estar em vogue. Esta palavra que em diferentes épocas teve diferentes significados, hoje volta a carregar o seu sentido pejorativo adquirido no íntimo das relações políticas e sociais nos Estado Unidos da América e da Rússia.

As primeiras referências ao populismo foram feitas, primeiramente, na Rússia e de seguida nos EUA. Na Rússia, no século XIX, a expressão ganhou vida aquando da luta dos Narodniks, 1860 e 1870, contra o regime Tsarista. Basicamente, os Narodniks, um grupo social composto por intelectuais, lutavam para o resgate do campesinato.

De seguida, nos EUA, entre 1891 e 1908, o People’s Party foi, também, associado ao populismo. Na época, logo após a guerra civil (1861-1865), originou-se um conjunto de movimentações políticas, cujo o People ‘s Party fazia parte. Essas movimentações e movimentos tinham como base de luta a situação econômica dos pequenos proprietários rurais, arrendatários de terras e trabalhadores.

Em ambos os casos, tanto nos EUA e na Rússia, aparentemente, o populismo surge numa luta de classes e em situação de crises económicas. A economia, pelo que se pode notar, está sempre na base do surgimento de movimentos considerados populistas. Assim, de acordo com alguns autores, existem entre quatro a cinco abordagens sobre o populismo na literatura contemporânea.

Segundo alguns autores, existem quatro tipos de abordagens ao populismo, sendo elas o populismo como uma ideologia, uma lógica de ação política, um discurso, ou uma estratégia política. Ainda, pode-se, segundo uma outra linha de raciocínio e análise, adicionar um quinto elemento a que chamam o populismo económico. Por uma questão de economia de escrita, falaremos só do populismo econômico que no fim é o culminar das outras formas e ou o objetivo final.

O populismo econômico é entendido, pelos versados na matéria, como o uso de políticas econômicas instrumentais para sustentar o crescimento e a distribuição de renda sem ter-se em consideração as restrições impostas no espaço fiscal interno para a tomada de tais medidas expansionistas. Isto é, o populista económico toma medidas que, a curto prazo dá satisfação económica ao povo, porém a longo prazo traz consequências desastrosas para a sustentabilidade económica do país.

A definição do populismo económico pode ser identificada na prática. Em Cabo Verde, desde 2020, temos assistido a uma proliferação de medidas de populismo econômico.

Ora, vários são os presidentes de câmaras que estão a tomar medidas económicas com ganhos imediatos e que infelizmente vão, a longo prazo, vamos ARREBENTAR COM A ECONÔMIA DO PAÍS.

Todavia, nesses casos, é difícil combater o populista naquilo que eles chamam de populismo discursivo e que, até um certo ponto, vai influenciar as decisões econômicas tomadas. O necessário e indispensável é combater as causas que levam a produção de tais discursos. E isso passa pela adoção de políticas mais robustas, fortificação das instituições estatais, não se confunda com a estatização das instituições, e demais medidas a satisfazer e resolver os problemas básicos da população.



3 COMENTÁRIOS

  1. Na época contemporânea, o populismo provoca uma forte polarização política nas sociedades onde é exercido. Isso acontece porque os líderes populistas tendem a dividir a sociedade entre “nós” que é o povo e “eles” que são as elites ou inimigos do povo.

  2. E o Populismo que popula nos ultimos tempos em Cabo Verde, sobretudo na cidade da Praia pode, a curto médio prazo, trazer resultados desastrosos a Cabo Verde ( social e económico). Os politicos sobretudo os que dizem ser da esquerda querem convencer os pobres/coitados que o Governo de CV pode e deve DAR TUDO A TODOS. Se não dá tudo é porque não quer…… Seja qual for a cor ou ediologia dos governos, nehum vai poder assumir todas as irresponsabilidades de milhares de famílias em Cabo Verde. O Populismo dos radicais da esquerda CV e sobretudo dos “ESQUERDA CAVIAR made in CV” está perigosamente a alimentar um bando de pais irreponsáveis, um bando de oportunistas, preguiçosos e malandros que fizeram da vitimização a sua bandeira. As fundações e associações devem ajudar sim, mas nunca comprara votos com cestas básicas e promover a irreeponsabilidade. Se a “Esquerda Caviar made in CV “quer apoiar ,ótimo, mas que apoia sozinha!!!!

Comentários estão fechados.