A Convenção é o órgão máximo do partido Movimento para a Democracia – MpD que se reúne, ordinariamente, de 3 em 3 anos, para eleger os restantes órgãos do partido, aprovar a moção de confiança e as moções sectoriais, bem como empossar o Presidente do partido eleito nas diretas pelos militantes.
A Convenção, sendo a reunião magna do partido, também é o momento de debates e de análises da vida do partido e da sua saúde enquanto instituição.
Tendo em conta que há um bom número de jovens delegados eleitos para o conclave ventoinha, importa refletir sobre o que os jovens cabo-verdianos esperam desta Convenção.
A juventude cabo-verdiana, tal como em outras paragens, tem sensibilidade política, acompanham com atenção a atividade política, pese embora tem participado cada vez menos e tem estado afastado dos lugares de decisão, quer nos partidos, quer nos órgãos representativos do povo.
Desta Convenção, os jovens devem esperar que haja um debate aprofundado dos temas que os apoquentam diariamente. Os jovens do mundo inteiro estão preocupados com a acesso ao emprego digno e bem remunerado, com as alterações climáticas, com a transição energética, com a extinção das espécies, com o respeito pelos direitos humanos, com o assédio sexual, sobretudo contra meninas nas escolas e no ambiente laboral, com o direito das minorias, e, por ultimo, mas não menos importante, os jovens estão, em todo o lodo, preocupados com o acesso à habitação por parte desta importante camada da população.
Nós os delegados à XIII Convenção do MpD, especialmente os jovens delegados, temos uma responsabilidade acrescida para introduzir estas preocupações na agenda e promover um debate aprofundado sobre as mesmas em todos os fóruns no qual participamos.
Os jovens com 25 a 30 anos querem construir as suas famílias, ter acesso à habitação em bairros requalificados, em segurança e a preços que possam pagar e desfrutar da sua juventude. Não querem viver eternamente na casa dos pais. Não tenho dados, mas estou certo que os jovens da minha geração tem saído cada vez mais tarde da casa dos pais, comparativamente com as gerações anteriores. Se nos países mais ricos os jovens com 21 anos já vão morar nas suas casas, entre nós conhecemos jovens com 35 anos que, ainda, infelizmente, não tem condições para suportar uma vida longe da casa dos pais.
Os jovens do MpD tem a obrigação de liderar este debate no seio do partido e propor soluções realistas e acertadas.
No final da Convenção deve haver um compromisso claro do MpD em trabalhar arduamente para dar respostas a estas e a outras inquietações da juventude cabo-verdiana. Sei que o tempo é ouro e todos os delegados vão querer intervir e dar a sua contribuição ao longo do debate e não vai ser fácil, mas o repto já está lançado.
O MpD é o partido da juventude, que dá vez e voz as mesmas, por isso, não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade para levar os temas que inquietam a nossa juventude para o maior órgão do partido. E gostaria de contar com mais sugestões.
