Há quatro anos, em 2016, o MPD conseguiu uma vitória extensiva e demolidora em todas as eleições.
O Paicv saiu dessas eleições de joelhos e encolhido. E andou com uma liderança coxa a fazer uma peregrinação ao calvário político até ao presente.
Os diversos dados das pesquisas de opinião não deram conta em nenhum sentido de recuperação do Paicv. Pelo contrário, houve degradação da imagem da liderança. E apresento um dado novo : em termos de imagem e de desempenho, a Janira está, praticamente, equiparado com o António Monteiro, com um ponto percentual de diferença. Os fiéis não vão acreditar nesta última informação.
Então no seio do MPD, é de se questionar o que se passou nestes quatro anos?
Para mim, a estratégia do MPD, com o quadro político referido, era para arrumar politicamente o adversário já nas eleições autárquicas.
Embora se notam falhas na estratégia do MPD, na estratégia política do MPD, pensei que era essa a estratégia. Arrumar as coisas já nas autárquicas.
Contudo, com falhas ou não de estratégias, notamos que da parte do adversário principal -o Paicv, não haverá nenhum risco para o MPD. Não, não existe risco deste lado.
Algum risco, contraditoriamente, o que me custa perceber, vem de dentro do MPD. Algum risco em relação à estratégia que sempre considerei prevalecente. Porque, diga-se a verdade, nunca os dados puseram em causa as vitórias do MPD, nas autárquicas e legislativas.
Nunca! A oposição é que anda a fazer barulho. Mas, nós conhecemos o destino desses barulhos.
Não sou contra a existência nem o aparecimento de grupos independentes. Todavia, desculpem-me, não estamos verdadeiramente perante nenhum grupo independente.
Grupos independentes com elementos que até a semana passada eram corredores destacados com as camisolas do MPD? Em alguns casos como deputados do MPD? E a defender o MPD em todos os foros?
E nem sequer me digam que passaram a ser supra partidários? Isto então é pior!
Todavia, não é esta a questão que importa. O que importa é perceber o que está a acontecer, neste momento, com o MPD. Será um fenômeno normal ou será fruto de uma gestão deficitária da estratégia global do partido?
Temos de tocar o dedo na ferida. Existe uma tendência em Cabo Verde, que é esquecer do partido, quando se estiver a governar. Acontece isso com o MPD e com o Paicv. Só se lembra do partido, com a aproximação das eleições. Será isso um problema sério da nossa democracia?
Contudo, a liderança do MPD tem de considerar a verdade e procurar uma estratégia, que retome a estratégia inicial. Os dados não dão vitória a nenhum grupo independente em Santiago. Longe disso. É preciso acabar com a basofaria! Mas, os grupos independentes podem desestabilizar as vitórias do MPD nalguns círculos.
Este é o nosso Maika dos anos 90 e também dos anos anteriores no Liceu. Irreverente, direto e frontal. Bastas vezes teve de suar a camisa o Carlos Veiga para entender a irreverência do Maika, na década de noventa. Mas ele prova, mais cedo ou mais tarde que está do lado da razão. Ulisses tem uma liderança sólida e incontestável. Porém, assiste-se a “fogo amigo” aqui e acolá que não “incomoda nem ameaça a floresta”, deve ser extinto, de preferência, rapidamente!
Li um agora um comentário meio confuso, escrito pelo irmão do ex-PM sobre este jornal (www.opais.cv), no Facebook. Primeiro impressão é de que, de tanto levar do Paicv, não era suposto o senhor estar aqui a comprar ‘brigas’ no bom sentido, claro (democracia exige), em favor do Paicv. Mas enfim, no Paicv vigoram o cordeirismo e o porreirismo militantes. Daí que, quanto mais o sujeito apanhar, mais goste ele tem pela porrada e mais amigo dos seus detratores ele se sente e fica (Síndrome do Estocolmo?) O senhor, para evitar mais problemas ainda é capaz de vir a escrever uma nota a dizer que nunca levou porrada do Paicv. Mas, em todo caso, reconhece que, como fazem os membros do partido comunista da Coreia do Norte, se o partido entender que ele merecer apanhar, então que venham mais e mais porradas para a sua “perfeição”. Mais, que o partido tem todo o direito de lhe aplicar a ele e a sua família os açoites que o partido entender necessários. Assim pensam os comunistas. Contudo, vale aqui dizer que, só por mera desatenção, o senhor ainda não se apercebeu que este é o único jornal onde se fazem críticas contundentes seja ao Poder e a todos os sectores da sociedade. Este artigo do Maika é a prova disso mesmo tal como é também a crítica contundente ao safadismo intelectual da Rosário da Luz também seja outro exemplo. No Nação, Semana, Santiago Magazine, por mais burrices que diga ou faça a Janira, a mulher é sempre venerada como um deusa, mesmo quando seja a própria sociedade a reprovar suas atitudes. Seus rapazes entretanto, fieis preferem “ver um lobo, e achar que viram um cordeiro”. Mas enfim, não estão habituados a viver em democracia. Preferem viver acorrentados, que livres. Ao menos, acorrentados se consideram ‘inimputáveis’ e isso justifica tudo.
O Maika tem dado excelentes dicas aos dirigentes do MPD, mas infelizmente, parece que não é ouvido nem tido em conta. Mas pronto, depois se vê.
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