Hoje é 5 de Julho, dia da nossa Independência. Um marco histórico inolvidável.
Para compreendermos na plenitude o significado desta data é preciso trazer à colação, numa síntese necessária, 3 conceitos fundamentais: Nação, Estado e Constituição.
Cabo Verde já era Nação muito ANTES do dia 5 de Julho de 1975, com uma cultura própria e valores fortes de pertença e auto-estima.
O 5 de Julho trouxe-nos o…Estado. Um Estado independente, orgulhoso (apesar das nossas dificuldades estruturais) e autónomo no panorama das Relações Internacionais.
São FACTOS que não podemos nem devemos esquecer.
Assim como não devemos esquecer, jamais, que a Independência Nacional não coincidiu, infelizmente, com a Liberdade, pois tivemos, logo a seguir, por decisão dos “pais da independência”, um regime político DITATORIAL que oprimia as pessoas, possuía uma polícia política persecutória (decalcada dos regimes totalitários do Leste Europeu e de Cuba) e não reconhecia a separação dos poderes e os direitos fundamentais do ser humano.
Faltava-nos, em suma, uma Constituição da LIBERDADE, o que só surgiu anos DEPOIS da Independência.
Hoje, podemos e devemos celebrar TODAS as datas matriciais desta nossa pátria amada, mas com funda consciência histórica e sem manipular factos e conceitos.
Inscrever a “Res Publica” no horizonte das preocupações cívicas é a tarefa determinante.
Que Cabo Verde, neste contexto muito especial e exigente, possa FLORESCER cada vez mais, respeitando os valores da Paz, Dignidade Humana, Liberdade, Pluralismo e Prosperidade.
Nestes 45 anos de independência faltam discussões sérias sobre o futuro deste país. Como ter a independência econômica? Que regime – Presidencial ou parlamentar ? Temos condições para manter as forças armadas com o figurino actual ? Temos condições para manter 22 municípios? Que descentralização ? Que regionalização? Que política externa? Como atingir a excelência no ensino?
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