São Vicente está a viver um momento especial. O Terminal de Cruzeiros, que há uns anos era apenas uma ideia distante, está agora quase pronto. Quem passa pelo Porto Grande já consegue imaginar o que aí vem: a gare de passageiros está a ser finalizada, os espaços onde se vai vender artesanato e produtos nacionais começam a ganhar forma, e a ilha, que sempre sonhou mais alto, vê este sonho a tomar corpo. É um daqueles projetos que vai mudar vidas, abrir portas, e mostrar ao mundo o que São Vicente tem de melhor.
Estamos a falar de um investimento gigante, mais de 1.3 mil milhões de escudos. Um dos maiores investimentos alguma vez feitos por um Governo em Cabo Verde. Mas o mais importante nem é o valor em si, é o que isso vai representar para as pessoas. A partir do momento em que o terminal começar a funcionar, São Vicente vai passar a receber navios de cruzeiros que hoje nem conseguem acostar por falta de condições. Navios enormes, com capacidade para milhares de turistas, gente vinda dos quatro cantos do mundo, curiosa para conhecer a nossa cultura, a nossa música, a nossa gastronomia.
E o impacto disso? Vai-se sentir em cada rua do Mindelo, em cada banca de artesanato, em cada restaurante, em cada táxi que vai levar turistas a passear pela ilha. Os nossos artesãos, músicos, guias turísticos, vendedores de rua, todos vão ter mais oportunidades. Vai haver mais trabalho, mais rendimento, mais esperança. Porque quando a cidade se enche de vida, todos ganham um pouco.
Além disso, o terminal está a ser pensado para ser mais do que um simples ponto de chegada e partida. Vai ter espaços bonitos, bem organizados, onde o artesanato de São Vicente vai ter finalmente um palco digno. Onde o turista, ao sair do navio, vai poder ver, tocar e levar consigo um pedaço da nossa identidade. Não é só vender por vender, é mostrar quem somos, com orgulho.
Dizem que o turismo de cruzeiros é um turismo diferente, e é mesmo. São pessoas que vêm por pouco tempo, mas que podem deixar muito valor. Valor que vai diretamente para as mãos de quem trabalha, de quem cria, de quem todos os dias luta para pôr comida na mesa. Para uma ilha como São Vicente, que sempre foi criativa, cultural, mas que também tem sofrido com a falta de oportunidades, este terminal é uma esperança concreta.
Hoje, recebemos poucos navios de cruzeiro por ano. Com o terminal pronto, o número vai disparar. Estima-se que possamos chegar a mais de uma centena por ano. Imaginemos o que isso significa: dezenas de milhares de pessoas a circular, a consumir, a levar a nossa imagem para o mundo. E quem sabe, muitos desses turistas um dia voltem para ficar mais tempo, para conhecer melhor, para investir.
Mas, para além dos números, o que me toca mais é pensar na vida das pessoas. Naquele jovem músico que vai ter mais palcos para tocar, naquela mulher que faz peças lindíssimas de artesanato e que finalmente vai vender com dignidade, naquele taxista que vai ter mais corridas, naquela cozinheira que vai preparar pratos típicos para quem quer provar o sabor verdadeiro de Cabo Verde.
Por isso, quando olhamos para aquela estrutura a crescer no Porto Grande, temos de ver mais do que ferro e cimento. Temos de ver ali um pedaço do nosso futuro a nascer. E perceber que este é um projeto que vai tocar a vida de muita gente, de forma direta e concreta.
É um orgulho ver que, finalmente, São Vicente está a receber um investimento desta dimensão. Um orgulho que deve ser de todos nós. Porque, no final, não é apenas o terminal que vai abrir portas. São Vicente é que vai abrir as portas ao mundo, com o sorriso e a hospitalidade que nos caracterizam. E isso, mais do que tudo, é o que vai fazer a diferença.
Boas novas sr.mas gostaria que fosse investido na melhoria pelo menos na entrada da nossa cidade na avenida marginal onde o piso é uma vergonha e na rua da praia que é uma tristeza com o mau cheiro e tanta gente na venda de peixe ieto tira todo o bonito que são Vicente pode ter é uma crítica construtiva
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