O suposto profeta incompreendido

Nos últimos tempos o que não faltam são notícias, comentários, artigos, conferências, palestras e posts nas redes sociais sobre os chamados políticos populistas, um pouco por toda a parte. O tema, além de ser da moda, passou a ter cada vez mais protagonistas e falsos profetas, com soluções simplistas para tudo. Cá entre nós, o populismo está a ser incorporado e materializado por Francisco Carvalho, desde que ganhou a Câmara Municipal da Praia, recorrendo a todos os métodos possíveis para, apenas, conservar o poder e as regalias dai advenientes.

Afinal, para quem, aos 50 e muitos anos, enche a boca para dizer que se orgulha de se quer tem a carta de condução ou ter entrado na câmara sem uma bicicleta e a morar no quintal dos pais, estar agora com carro, motoristas e viagens mensais grátis para se encontrar com familiares e amigos nas capitais europeias, escusado será dizer que vai fazer de tudo para continuar com estas mordomias. Para tal, começou logo, imitando os seus comparsas populistas, a dividir a Praia entre ele, Francisco Carvalho, pobre, coitado, humilde e suburbano e os outros, que ele insiste em descrever, sem nunca apresentar uma única prova, como mafiosos, corruptos, elitistas, opressores do povo e outros mimos copiados nos populistas que campeiam à solta por este mundo.

Para alimentar e manter vivo a sua narrativa e ofuscar as suas evidentes inaptidões para gerir uma câmara,  Francisco Carvalho começou logo uma guerra contra os seus adversários prediletos, afirmando ter orgulho em “tomar medidas que incomodam os poderosos”.

Paralisou todas as obras que visam a valorização dos investimentos das famílias, como arruamentos e requalificação urbana, porque, segundo ele, já lá vão os tempos em que obras davam votos.

Para Carvalho o que dá votos é a distribuição de benesses e favores aos camaradas e às suas milícias digitais para insultar e perseguir cidadãos de bem, que não leem nas suas cartilhas e fazer campanhas 24h por dia, mesmo que para tal, tenha que violar as leis da República com os seus atos.

Quando é apanhado, como um exímio populista, desata a atacar a justiça, a imprensa livre, os jornalistas, o governo, o MpD, as elites, com insinuações de perseguição e com o argumento de que  Francisco Carvalho é eleito e goza legitimidade democrática.

Não pode ser escrutinado pela oposição e muito menos fiscalizado e responsabilizado pelos seus atos. É assim que pensa esse rebento da democracia nacional revolucionária e adepto confesso das milícias populares e tribunais de zonas.

Francisco Carvalho e os seus acólitos fingem não perceber que a democracia liberal vigente entre nós foi concebido, justamente, para evitar aquilo que alguns pensadores apelidaram da “tirania da maioria”.

Os tribunais e a imprensa livre foram pensados  para fiscalizar e escrutinar os que dependem da legitimidade do voto e que estão vinculados ao princípio da legalidade.

Ter legitimidade democrática, não quer dizer ter carta branca para o Francisco Carvalho fazer o que bem entender para implementar o seu modelo social, fora do quadro legal vigente, baseados nos seus complexos e nas suas crenças ideológicas, que só provocaram misérias e opressões por onde foram testados.

Francisco Carvalho tenta passar a ideia, através da sua corte de assalariados e milícias digitais, que é um profeta incompreendido, mas na realidade não passa de um charlatão e um populista perigoso que está a destruir a Praia,  tornando-a numa cidade cada vez mais desvalorizada, pouco atrativa e extremamente desorganizada.

Em vez de ter a ambição de fazer do seu bairro parte integrante da Praia moderna, bonita, cosmopolita e competitiva,  Francisco Carvalho quer tornar a Praia num pequeno bairro periférico de Cabo Verde, sem perspetiva e sem ambição.



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