O uso imoderado das redes sociais: um aviso à navegação às famílias, pais e encarregados de educação

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Assinala-se já na próxima segunda-feira, dia 15 de maio, o dia Internacional da Família, uma efeméride que homenageia a instituição familiar, um núcleo essencial para a formação moral de todos os indivíduos, principalmente na educação infanto-juvenil, daí o adágio popular, “é de pequeno que se torce o pepino”, e onde se inculcam os valores fundantes da nossa maneira de ser e de estar, moldando o nosso comportamento ao longo de toda a vida.

Hodiernamente, são poucos os jovens que não utilizam o Facebook, Watsapp, Skype, Instagram, Twitter, TikTok,… etc, e não imaginam a sua vida sem estes meios de comunicação. Aliás, podemos observar uma rápida alteração de humor no jovem quando a internet falha em casa, quando não conseguem aceder ao wifi num local público ou quando esgotam os dados móveis. Portanto, se for usado racionalmente, não se deve apontar o dedo!

Contudo, quando for usado de forma descontrolada ou abusiva, acarreta consequências imprevisíveis, podendo levar ao isolamento social, sedentarismo, diminuição do rendimento escolar, dificuldades em estabelecer relações e outras consequências nefastas para a família.

Atualmente, nota-se pouco diálogo no seio das famílias. Este facto preocupa-me e irrita-me bastante, ver famílias reunidas à volta de uma mesa e cada um entretido com o seu telemóvel sem que haja conversa à moda antiga, sem nenhum tipo de diálogo. Outrora, quando uma família se reunia, contava-se anedotas, estórias e a gente fartava-se de rir e o tempo passava depressa. Por estes motivos, há quem coloque, hoje, regras nos encontros de convívio: ninguém pode utilizar redes sociais a não ser em situação de emergência! Só assim os laços de parentesco e de familiaridade estão garantidos.

Aqui chegados, pergunta-se: por que razão um aviso à navegação às famílias? Se em casa os pais não conseguem controlar os filhos, como é que os professores conseguem controlar esta investida na escola? Faço uma chamada de atenção para a nossa reflexão, porque antes das escolas e demais instituições educativas, são os pais os responsáveis pela educação dos filhos, muito embora esta verdade seja esquecida por conveniência ou negligenciada, provocando atritos e dissensões entre as duas entidades – pais e escolas – a quem compete esta ação educativa e social.

Ademais, estudos recentes, levados a cabo por entidades especializadas na matéria, chegaram à conclusão de que a dependência, o uso sem rede, nem critério, das redes sociais afeta gravemente a saúde mental da criança e do adolescente; e mormente, porque ocupam demasiado o seu tempo em atividades lúdicas, interações menos necessárias e sem interesse e têm acesso a informação e passatempos nada pedagógicos e pouco criativos, prejudicando o seu próprio desenvolvimento e comunicação interpares.

Por tudo isto, faço um apelo neste dia mundial da família, para que os pais e encarregados de educação fiquem mais atentos e vigilantes aos comportamentos dos seus filhos ou tutelados no uso que fazem das redes socias, estabelecendo com eles um diálogo franco, aberto, equilibrado e pedagógico, alertando-os para os perigos que correm fazendo uma utilização indiscriminada e acrítica das redes sociais; e, sobretudo, aconselhando-os e impondo-lhes regras firmes e seguras sobre o tempo, o modo e os critérios dessa utilização.

Feliz dia da família!